Brasília, 01 de janeiro de 2013.
CJ-Nº1076/2012
Caros irmãos Párocos e Administradores Paroquiais,
Vigários Paroquiais e demais Presbíteros.
“Serão vocês, jovens, que
recolherão a tocha das mãos dos seus antepassados e viverão no mundo no
momento das mais gigantescas transformações”
Com esta afirmação profética e
mensagem de confiança, o Papa Paulo VI, na conclusão do Concílio
Vaticano II em 1963, se dirigia aos jovens e, quem sabe, a muitos de
vocês, que hoje são sacerdotes e religiosos. Passados estes cinquenta
anos, vislumbramos estas gigantescas transformações incidindo
principalmente na vida dos jovens. Junto aos benefícios, a tão falada
“mudança de época” tem trazido grandes desafios para a realização de sua
vida e o amadurecimento da sua vocação de discípulos missionários. No
final de sua reflexão, o Papa ainda afirmava sobre a perene missão da
Igreja de garantir a novidade dos tempos: “A Igreja olha para vocês com confiança e com amor. [...] Ela é a verdadeira juventude do mundo”. Certamente,
a partir desta convicção e motivação os pronunciamentos posteriores de
nossa Igreja latino-americana e brasileira se encheram de coragem para
garantir em sua história um espaço privilegiado para a juventude.
E agora estamos aqui, às portas de 2013, um
ano todo especial para a Igreja do Brasil que deseja entender melhor a
vontade de Deus por meio da vida, da fala, da presença, da participação
dos jovens em seu meio! Propomo-nos a acreditar mais nos jovens, como
agentes de transformação, sujeitos de direitos, amigos privilegiados de
Jesus Cristo, verdadeiros missionários entre os próprios colegas.
Em 2013, emprestemos os olhos dos jovens
para enxergar com mais realismo os sofrimentos do mundo e as belezas do
tempo presente! Escutemos com seus ouvidos o cântico que gera esperança e
o grito daqueles que não conseguem nem mesmo gritar! Abramos nossas
bocas e escancaremos palavras de incentivo aos jovens, convocando-os a
se sentarem no lugar que por tanto tempo, em muitos ambientes, ficou
vazio por nossa culpa! Afinemos nosso olfato para sentir o perfume da
vida de tantos jovens que buscam viver com coerência sua vida de cristão
e cidadão, exalando o desejo de santidade pessoal, de fraternidade
universal, de sociedade sem misérias e violências! Aproximemos o nosso
coração ao coração deles para nos renovarmos no ardor pela vida, na
sensibilidade pelo presente, na paixão pelas pequenas coisas, na
exigência pela verdade, na vibração pela vocação assumida. Sintamos
nossas mãos agindo pelas mãos dos jovens! Caminhemos pelos novos
areópagos que somente os jovens podem nos mostrar! Com eles, ousemos
mudar aquelas estruturas arcaicas que não só não falam mais aos jovens,
mas também não falam mais de Deus e de seu projeto de Reino.
Deus está nos abençoando com este “ano novo
da juventude”: Campanha da Fraternidade, Jornada Mundial da Juventude,
Semana Missionária! Cresce o interesse em priorizar este tema nas
dioceses, paróquias, comunidades, congregações religiosas, etc. Estamos
certos de que não somente a juventude será beneficiada com as nossas
novas atitudes, projetos, mentalidades, mas a própria Igreja que é
chamada a se espelhar nela para manter viva a chama e o compromisso de
amar sem limites, a todos e com tudo. Sem dúvida, as novas gerações
necessitam da Igreja; mas Ela não conseguirá cumprir plenamente sua
missão se não se render à perene novidade do Espírito Santo que fala a
todos, mas quer passar de um modo todo particular pela vida, linguagem,
cultura, coração dos jovens que, na sua essência, são capazes de quebrar
barreiras, ousar novidades, agir apaixonadamente, amar sem medida,
sacrificar-se pelas grandes causas, viver cada instante presente como se
fosse único. Os jovens têm muito a nos ensinar; é só estarmos ao seu
lado e dizer-lhes: “chamo-vos amigos”, os amamos com o coração de
Cristo, o eternamente jovem e portador de novidade!
Feliz Ano Novo nas asas do Espírito Santo
que nos garante a paz e nos conduzirá às urgentes novidades, no
aconchego dos braços de Maria, Mãe de Deus e nossa, no coração dos
jovens que nos aguardam ansiosos por novas batidas de amor.
Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB
Nenhum comentário:
Postar um comentário