Mensagem auxilia fiéis na preparação para a Páscoa; Papa alerta sobre falsos profetas e o risco do amor se apagar
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
“Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos”.
Este trecho do Evangelho de Mateus é o tema da mensagem do Papa
Francisco para a Quaresma 2018, divulgada pelo Vaticano nesta
terça-feira, 6.
Francisco explica no texto que esta passagem refere-se ao discurso de
Jesus sobre o fim dos tempos, anunciando a tribulação que poderia
afetar a comunidade dos crentes. “À vista de fenômenos espaventosos,
alguns falsos profetas enganarão a muitos, a ponto de ameaçar apagar-se,
nos corações, o amor que é o centro de todo o Evangelho”.
Na mensagem, o Papa alerta sobre os falsos profetas de que fala
Jesus. Alguns deles são como “encantadores de serpentes”,
aproveitando-se das emoções humanas para escravizar as pessoas. Outros,
são como “charlatães”, oferecendo soluções simples e imediatas para as
aflições, mas remédios esses, segundo o Papa, ineficazes. “Estes
impostores, ao mesmo tempo que oferecem coisas sem valor, tiram aquilo
que é mais precioso como a dignidade, a liberdade e a capacidade de
amar”.
Sobre o risco de “resfriar o amor”, o Papa menciona na mensagem o que
indica que o amor corre o risco de se apagar na pessoa. “O que apaga o
amor é, antes de mais nada, a ganância do dinheiro (…) depois dela, vem a
recusa de Deus e, consequentemente, de encontrar consolação n’Ele,
preferindo a nossa desolação ao conforto da sua Palavra e dos
Sacramentos”.
Segundo Francisco, a própria criação é testemunha silenciosa desse
resfriamento do amor. Um exemplo são os mares poluídos e que guardam os
despojos de tantos “náufragos das migrações forçadas”, pontua o Papa.
Também nas comunidades o amor resfria: são exemplo disso o egoísmo, o
pessimismo e a mentalidade mundana, como o Papa indica na exortação
apostólica Evangelii gaudium.
Que fazer?
Diante desses sinais, o Papa recorda o remédio oferecido pela Igreja
nesse tempo de Quaresma: o remédio doce da oração, da esmola e do jejum.
Primeiramente, Francisco destaca que a oração possibilita procurar a
consolação em Deus, que é Pai. A esmola liberta da ganância e ajuda a
descobrir que o outro é um irmão. E o jejum é uma importante ocasião de
crescimento, que torna a pessoa mais atenta a Deus e ao próximo.
“Convido, sobretudo os membros da Igreja, a empreender com ardor o
caminho da Quaresma, apoiados na esmola, no jejum e na oração. Se por
vezes parece apagar-se em muitos corações o amor, este não se apaga no
coração de Deus! Ele sempre nos dá novas ocasiões, para podermos
recomeçar a amar”.
O Papa recorda uma ocasião propícia para colocar isso em prática: a
iniciativa “24 horas para o Senhor”, que convida ao sacramento da
Reconciliação em contexto de adoração eucarística. Em 2018, será nos
dias 9 e 10 de março, com inspiração no Salmo 130: “Em Ti, encontramos o
perdão” (v. 4). “Em cada diocese, pelo menos uma igreja ficará aberta
durante 24 horas consecutivas, oferecendo a possibilidade de adoração e
da confissão sacramental”.
Fonte:Canção Nova