Francisco afirmou que a morada natural da esperança é um corpo solidário
Da redação, com Rádio Vaticano
A esperança é fonte de conforto recíproco: este foi o tema da
Catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, 8, na
Sala Paulo VI, no Vaticano.
Prosseguindo com a leitura da Primeira Carta de São Paulo aos
Tessalonicenses (cf. 5,4-11), o Pontífice destacou que a esperança
cristã não tem somente um respiro pessoal, mas comunitário e eclesial.
“Não se aprende, sozinho, a esperar. Não é possível. A esperança,
para se alimentar, precisa de um corpo, em que os vários membros se
apoiam e se animam reciprocamente. Isto significa que esperamos, porque
muitos irmãos e irmãs nos ensinaram a esperar e mantiveram viva a nossa
esperança. Dentre eles se destacam os pequenos, os pobres, os simples e
os marginalizados. Não conhece a esperança quem se fecha no próprio
bem-estar. Espera somente em seu bem-estar e isso não é esperança. É
segurança relativa”, disse Francisco.
Corpo solidário
O Santo Padre afirmou ainda que quem espera são aqueles que
experimentam a cada dia a provação, a precariedade e o próprio limite.
“Esses nossos irmãos nos dão o testemunho mais bonito, mais forte,
porque permanecem firmes na confiança em Deus, sabendo que além da
tristeza, da opressão e da inevitabilidade da morte, a última palavra
será a sua, uma palavra de misericórdia, vida e paz”, sublinhou ainda o
Santo Padre.
Segundo o Papa, “a morada natural da esperança é um corpo solidário. No caso da esperança cristã, este corpo é a Igreja”.
“Os primeiros a serem chamados a alimentar a esperança são aqueles aos
quais foram confiados o cuidado e a orientação pastoral; e não por serem
melhores do que os outros, mas em virtude do ministério divino, que
supera as suas próprias forças. Por isso eles têm tanta necessidade de
respeito, de compreensão e do apoio benevolente de todos.”
Consolo
Francisco sublinhou que “o Apóstolo Paulo pede a nossa atenção aos
irmãos e irmãs cuja esperança corre maior risco de cair no desespero”:
“Refere-se aos desanimados, os frágeis, os oprimidos pelo peso da vida e
das próprias culpas que estão sem forças para se levantar. Nestes
casos, a proximidade solidária e o calor da Igreja deve fazer-se ainda
mais intenso e amoroso, sob as formas de compaixão, que não é ter
piedade, mas sofrer com o outro, aproximar-se de quem sofre, conforto e
consolo.”
Como escreve Paulo aos Romanos, «nós, os fortes, temos o dever de
carregar as fraquezas dos que são frágeis e não procurar aquilo que nos
agrada». “Este dever não está circunscrito aos membros da comunidade
eclesial, mas estende-se a todo o contexto civil e social como apelo a
não criar muros mas pontes, a não pagar o mal com o mal mas vencer o mal
com o bem, a ofensa com o perdão, a viver em paz com todos. O cristão
nunca deve dizer: Você vai me pagar! Este não é um gesto cristão! A
ofensa é vencida com o perdão.”
Espírito Santo
“Esta é a Igreja e isto é o que realiza a esperança cristã, quando
assume os traços fortes e, ao mesmo tempo, tenros do amor. O amor é
forte e tenro. É belo! O sopro vital, a alma desta esperança é o
Espírito Santo. Sem o Espírito Santo não há esperança. Ele é quem molda
as nossas comunidades, num Pentecostes perene, como sinais vivos de
esperança para a família humana”.
No final da audiência, o Papa Francisco recordou que nesta
terça-feira, 7, foi beatificado em Osaka, no Japão, Justo Takayama Ukon,
leigo japonês martirizado, em Manila, em 1615. “Ao invés de negar sua
fé, renunciou a honrarias e privilégios, aceitando a humilhação e o
exílio. Permaneceu fiel a Cristo e ao Evangelho. Por isso, é um grande
exemplo de fortaleza na fé e dedicação na caridade”.
O Papa lembrou que no próximo sábado, Festa de Nossa Senhora de
Lourdes, se realizará o 25º Dia Mundial do Enfermo. A celebração
principal se realizará em Lourdes e será presidida pelo Secretário de
Estado, Cardeal Pietro Parolin.
Francisco convidou a rezar, por intercessão da Santa Mãe de Deus,
pelos doentes, especialmente os mais graves e sozinhos, e também por
todos aqueles que cuidam deles.
Fonte: Canção Nova