O evangelho deste domingo nos desafia a ser “servos bons e fiéis” – expressão repetida duas vezes. Cada pessoa recebe dons e talentos que precisam ser multiplicados. Não podem ficar guardados a sete chaves, servindo apenas como enfeites. Jesus exige audácia e coragem para multiplicá-los.
Precisamos ser criativos, a exemplo dos dois primeiros administradores da parábola do evangelho de hoje. Deus distribui seus dons como quer. O resultado pode ser diferente, dependendo de quanto cada um recebeu, mas ele pede a todos o mesmo empenho. Há muitos batizados que enterram suas qualidades, com medo do compromisso e não querendo colaborar com os outros. Em todas as atividades humanas é necessário arriscar, ter espírito empreendedor, caso contrário a realidade não será transformada para melhor.
Quem mais, quem menos, todos temos um pouco do terceiro administrador, que preferiu enterrar a fazer frutificar, não se comprometendo com o projeto de Jesus. A omissão e o desinteresse são grandes pecados também hoje. A apatia, a preguiça, a comodidade, a falta de tempo e o medo são motivos que apresentamos para não nos envolver. Não há nada mais desanimador do que um cristianismo que esconde seus talentos, mascara sua fé e dissimula sua pertença a Cristo.
As qualidades que recebemos e desenvolvemos não devem servir apenas para nosso uso exclusivo. Mais que proprietários desses dons, somos administradores em benefício de quem nos cerca. Um dia, o Senhor nos pedirá conta da nossa audácia e esperteza em fazê-los produzir em favor do reino e da comunidade.
Em cada celebração, somos convidados a participar da alegria do Senhor, presente na comunidade reunida, e, ao mesmo tempo, somos questionados sobre a participação no trabalho de construção do reino. Como é bom e desafiador ouvir da comunidade e do próprio Deus: muito bem, servo bom e fiel, como foi fiel no pouco, muito lhe será confiado!
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