BRASILIA, 14 Mar. 14 / 12:34 pm (
ACI).- O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), junto aos demais presidentes dos regionais e das comissões da instituição, aprovou ontem, 13, uma mensagem sobre a Copa do Mundo, que terá início em junho, no Brasil. No texto, intitulado "Jogando pela vida", os bispos afirmam que "a Igreja no Brasil acompanha, com presença amorosa, materna e solidária, esse grande evento que reunirá vários países e protagonizará a oportunidade de um congraçamento universal". Os bispos convidam a sociedade brasileira a aderir ao projeto "Copa da Paz" e à Campanha "Jogando a favor da vida - denuncie o tráfico humano", que têm a finalidade de colaborar para que o evento seja "lembrado como tempo de fortalecimento da cidadania". “Direito humano de especial valor, o esporte é necessário a uma vida saudável e não deve ser negligenciado por nenhum povo. De todos os esportes, o brasileiro nutre reconhecida paixão pelo futebol. Explicam-se, assim, a expectativa e a alegria com que a maioria dos brasileiros aguarda a Copa do Mundo que será realizada em nosso país, pela segunda vez”, afirma a mensagem dos prelados brasileiros. “Os brasileiros -continua a mensagem- identificados por sua hospitalidade e alegria, saberão acolher aqueles que, de todas as partes do mundo, virão ao nosso país por ocasião da Copa. (...) A Copa se torna, portanto, ocasião para refletir com a sociedade sobre as relações pacíficas e culturais entre todos os povos, bem como sobre os aspectos sociais e econômicos que envolvem o esporte que é harmonia, desde que o dinheiro e o sucesso não prevaleçam como objeto final, conforme alerta o Papa Francisco”. Continuando a mensage, e no contexto de diversas manifestações contra a realização do evento no país, os bispos afirma: “Lamentamos que, na preparação para a Copa, esse último aspecto tenha prevalecido sobre os demais, motivando manifestações populares que acertadamente reivindicam a soberania do país, o respeito aos direitos dos mais vulneráveis e efetivas políticas públicas que eliminem a miséria, estanquem a violência e garantam vida com dignidade para todos”. “Solidarizamo-nos com os que, por causa das obras da Copa, foram feridos em sua dignidade e visitados pela dor da perda de entes queridos”. “Não é possível aceitar que, por causa da Copa, famílias e comunidades inteiras tenham sido removidas para a construção de estádios e de outras obras estruturantes, numa clara violação do direito à moradia. Tampouco se pode admitir que a Copa aprofunde as desigualdades urbanas e a degradação ambiental e justifique a instauração progressiva de uma institucionalidade de exceção, mediante decretos, medidas provisórias, portarias e resoluções”, assevera a mensagem. “O sucesso da Copa do Mundo não se medirá pelos valores que injetará na economia local ou pelos lucros que proporcionará aos seus patrocinadores. Seu êxito estará na garantia de segurança para todos sem o uso da violência, no respeito ao direito às pacíficas manifestações de rua, na criação de mecanismos que impeçam o trabalho escravo, o tráfico humano e a exploração sexual, sobretudo, de pessoas socialmente vulneráveis e combatam eficazmente o racismo e a violência”. A sociedade brasileira é convidada a aderir ao projeto “Copa da Paz” e à Campanha “Jogando a favor da vida – denuncie o tráfico humano”. Seu objetivo é contribuir para que a Copa do Mundo em nosso país seja lembrada como tempo de fortalecimento da cidadania. Por meio destas iniciativas, a Igreja se faz presente na vida política e social do país, cumprindo sua missão evangelizadora. Ao mesmo tempo, conclamamos as Dioceses em cujo território estão localizadas as cidades-sede da Copa a oferecerem especial atenção religiosa aos seus diocesanos e aos visitantes. “Que a padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, nos agracie com sua bênção e proteção neste tempo de fraternidade e congraçamento entre os povos”, conclui a mensagem assinada pela presidência da CNBB conformada pelo Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida e Presidente da instituição, Dom José Belisário da Silva, OFM, Arcebispo de São Luís do Maranhão e Vice-Presidente da CNBB e Dom Leonardo Ulrich Steiner, Bispo Auxiliar de Brasília e Secretário Geral da entidade.
Fonte: Acidigital
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