Na homilia de hoje, Francisco falou da necessidade de esperar Jesus, uma atitude que está dentro da esperança cristã
“O cristão é um homem ou uma mulher que sabe esperar Jesus, e por isso, é um homem ou uma mulher de esperança”. Foi este o centro da homilia do Papa Francisco, nesta terça-feira, 21, na Casa Santa Marta.
A reflexão do Papa foi uma ligação entre o Evangelho de Lucas e a Carta de São Paulo aos Efésios, ambos falando da esperança em Jesus. No Evangelho, Cristo fala aos discípulos comparando-se ao patrão que volta tarde de uma festa de casamento e chama os servos que o aguardavam acordados e com as lâmpadas acesas. Na cena seguinte, Jesus se faz servo de Seus servidores e lhes serve o almoço na mesa.
O Papa observou que o primeiro serviço que o Mestre fez aos cristãos foi lhes dar identidade. Ele reiterou que Jesus veio dar ao homem a cidadania, a pertença a um povo, nome e sobrenome; uniu o povo com Seu Sangue, abatendo o muro de separação que divide.
“Todos nós sabemos que quando não estamos em paz com as pessoas, eleva-se um muro, um muro que divide; mas Jesus nos oferece seu serviço: abate este muro para que nos encontremos. E se estivermos divididos, não seremos amigos, mas inimigos. E fez ainda mais para nos reconciliar em Deus. Reconciliou-nos com Deus: de inimigos a amigos; de estranhos a filhos”.
De “gente de rua”, de pessoas que nem eram “hóspedes”, o povo virou “compatriota dos santos e familiares de Deus”, como diria São Paulo. Isso é o que Jesus criou com a Sua vinda. A condição para que isso aconteça, segundo o Santo Padre, é esperar por Jesus, aguardá-Lo como os servos fizeram com seu patrão.
“Esperar Jesus. Quem não O espera, fecha a porta para Ele, não deixa que faça esta obra de paz, de comunidade, de cidadania, e mais ainda: de nome. Ele nos dá um nome, nos faz filhos de Deus. Essa é a atitude de esperar Jesus, que está dentro da esperança cristã. O cristão é um homem ou uma mulher de fé, sabe que o Senhor virá. Ele realmente virá, hein? Não sabemos a hora, como eles, mas virá para nos encontrar, como Ele nos fez com o Seu serviço: amigos próximos, em paz”.
Francisco concluiu dizendo que há outra pergunta que o cristão pode se colocar: como espero Jesus? Ou melhor: “espero ou não espero?”.
“Eu acredito nessa esperança, de que Ele virá? Eu tenho o coração aberto para ouvir o barulho quando este bate à porta, quando abre a porta? O cristão é um homem ou uma mulher que sabe esperar Jesus e por isso é homem ou mulher de esperança. O pagão, em vez disso – e muitas vezes nós cristãos nos comportamos como os pagãos –, esquece-se de Jesus, pensa em si mesmo, nas suas coisas, não espera o Senhor. O egoísta pagão faz como se fosse um deus: ‘Eu me viro sozinho’. E essa pessoa acaba mal, acaba sem nome, sem proximidade, sem cidadania”.
Fonte: Canção Nova
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