Papa ressalta em homilia a importância do perdão, da correção, da comunidade e da oração
Denise Claro
Da redação
Da redação

Papa Francisco, em seu último compromisso na Colômbia, Santa Missa em Cartagena./ Foto: Reprodução CTV
No último dia da viagem à Colômbia, neste
domingo, 10, o Papa Francisco celebrou a Santa Missa na zona portuária
de Cartagena das Índias.
O Papa lembrou o valor da cidade para os
direitos humanos no país, e recordou a importância do grupo missionário
colombiano formado pelos sacerdotes jesuítas Pedro Claver y Corberó,
Alonso de Sandoval e o irmão Nicolás González, que no século XVII,
lutaram para aliviar a situação dos oprimidos, “especialmente a dos
escravos, para quem reclamaram bom tratamento e a liberdade.”
Citando o Evangelho do dia, o Pontífice ressaltou que a Palavra de Deus nos fala de perdão, correção, comunidade e oração.
O Papa lembrou que “uma falta, um pecado
cometido por alguém atinge a todos, mas a primeira pessoa envolvida é a
vítima do pecado do irmão; ela é chamada a tomar a iniciativa para que
não se perca quem lhe fez mal” e completou: “Tomar a iniciativa é ser
mais valente.”
O Papa lembrou novamente a importância da paz para o país, o sofrimento já vivido pelo povo colombiano:
“Quantas vezes se ‘normalizam’ processos
de violência, exclusão social, sem que a nossa voz se erga nem as nossas
mãos acusem profeticamente!”
O Santo Padre reforçou a mensagem do
Evangelho, que trata do perdão, mas também da correção fraterna, de
contar com mais testemunhas e com a Igreja, fazendo um paralelo com o
tema da viagem ao país:
“Estou certo de que hoje rezamos juntos
pelo resgate daqueles que erraram e não pela sua destruição, pela
justiça e não pela vingança, pela reparação na verdade e não no seu
esquecimento. Rezamos para cumprir o lema desta visita: “Demos o
primeiro passo”, e que este primeiro passo seja numa direção comum.”
Por fim, o Papa ressaltou que “Dar o primeiro passo” é sobretudo ir ao encontro dos outros com Cristo, o Senhor.
“Ele sempre nos pede para darmos um passo
decidido e seguro rumo aos irmãos, renunciando à pretensão de sermos
perdoados sem perdoar, de sermos amados sem amar. Se a Colômbia quer uma
paz estável e duradoura, deve dar urgentemente um passo nesta direção,
que é a do bem comum, da equidade, da justiça, do respeito pela natureza
humana e as suas exigências. Só se ajudarmos a desatar os nós da
violência, é que desenredaremos a complexa teia dos conflitos: é-nos
pedido para darmos o passo do encontro com os irmãos, tendo a coragem
duma correção que não quer expulsar mas integrar; é-nos pedido para
sermos caridosamente firmes naquilo que não é negociável”.
Papa Francisco concluiu recordando uma
frase de São Pedro Claver: “a exigência é construir a paz ‘falando, não
com a língua, mas com as mãos e as obras’ “, e reforçou que é o próprio Jesus que nos ajuda a desatar aquilo que parece impossível, pois prometeu acompanhar a Igreja até o fim dos tempos.
Fonte: Canção Nova
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