Santo
Padre alertou sobre o escândalo que os cristãos podem dar ao fazer
da Igreja uma casa de negócios, sendo que a salvação é gratuita
Da
Redação, com Rádio Vaticano
Santo
Padre celebra Missa na Casa Santa Marta desde o início de seu
pontificado / Foto: L’Osservatore Romano
Que
as Igrejas nunca se tornem casas de negócios, pois a redenção de
Jesus é sempre gratuita. Esse foi o pedido do Papa Francisco na
Missa desta sexta-feira, 21, na Casa Santa Marta, dia em que a Igreja
celebra a apresentação da Virgem Maria no Templo.
A
liturgia do dia propõe o Evangelho em que Jesus expulsa os
mercadores do Templo, porque transformaram a casa de oração em um
covil de ladrões. Este gesto de Jesus foi um gesto de purificação,
explicou o Papa, pois o Templo, bem como o povo de Deus, estava
profanado com o pecado do escândalo.
O
Papa recordou o episódio bíblico de Ana, mulher humilde, mãe de
Samuel, que vai ao Templo para pedir a graça de um filho. Ela
sussurrava suas orações em silêncio, enquanto o sacerdote e os
seus dois filhos eram corruptos, exploravam os peregrinos,
escandalizavam o povo.
“Penso
no escândalo que podemos fazer ao povo com a nossa atitude, com os
nossos hábitos não sacerdotais no Templo: o escândalo do comércio,
o escândalo da mundanidade… Quantas vezes vemos que entrando em
uma igreja, ainda hoje, há ali a lista dos preços para o batismo, a
benção, as intenções para a Missa. E as pessoas se escandalizam”.
Francisco
deu como exemplo um episódio que presenciou quando ainda era
sacerdote. Um casal de noivos queria se casar, mas queriam fazer isso
com uma Missa. O secretário paroquial disse que não seria possível,
porque não poderia ultrapassar 20 minutos e havia outros turnos.
Para que pudessem se casar com a celebração da Santa Missa, teriam
que pagar por dois turnos. Este é o pecado do escândalo e a essas
pessoas Jesus diz que é melhor que sejam atiradas ao mar.
“Quando
aqueles que estão no Templo – sejam sacerdotes, leigos,
secretários, mas que têm que gerir a pastoral do Templo – se
tornam pessoas de negócios, o povo se escandaliza. E nós somos
responsáveis por isso. Mesmo os leigos. Todos. Porque se eu vejo que
na minha paróquia se faz isto, devo ter a coragem de dizê-lo na
cara do pároco. E o povo sofre aquele escândalo”.
O
Santo Padre falou de um fato curioso: a capacidade que as pessoas têm
de perdoar seus padres quando têm uma fraqueza, escorregam em um
pecado. Mas há duas coisas que o povo de Deus não sabe perdoar: um
padre atraído ao dinheiro e um padre que maltrata o povo. Um
escândalo quando o Templo, a Casa de Deus, torna-se uma casa de
negócios, como aquele casamento: alugava-se a igreja.
“A
redenção é gratuita; Ele vem nos trazer a gratuidade de Deus, a
gratuidade total do amor de Deus. E quando a Igreja ou as igrejas se
tornam negociadoras, se diz que…bem, não é tão gratuita, a
salvação… É por isto que Jesus pega o chicote na mão para fazer
este rito de purificação no Templo. Hoje a liturgia celebra a
apresentação de Nossa Senhora no Templo: quando pequenina… Uma
mulher simples, como Ana. Que ela ensine a todos nós, a todos os
párocos, a todos aqueles que têm responsabilidades pastorais, a
manter o Templo limpo, a receber com amor aqueles que vêm, como se
cada um deles fosse a Nossa Senhora”.
Fonte: Canção Nova
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