domingo, 23 de novembro de 2014

A salvação de Cristo é sempre gratuita, recorda Papa

Santo Padre alertou sobre o escândalo que os cristãos podem dar ao fazer da Igreja uma casa de negócios, sendo que a salvação é gratuita

Da Redação, com Rádio Vaticano
Santo Padre celebra Missa na Casa Santa Marta desde o início de seu pontificado / Foto: L'Osservatore Romano
Santo Padre celebra Missa na Casa Santa Marta desde o início de seu pontificado / Foto: L’Osservatore Romano
Que as Igrejas nunca se tornem casas de negócios, pois a redenção de Jesus é sempre gratuita. Esse foi o pedido do Papa Francisco na Missa desta sexta-feira, 21, na Casa Santa Marta, dia em que a Igreja celebra a apresentação da Virgem Maria no Templo.
A liturgia do dia propõe o Evangelho em que Jesus expulsa os mercadores do Templo, porque transformaram a casa de oração em um covil de ladrões. Este gesto de Jesus foi um gesto de purificação, explicou o Papa, pois o Templo, bem como o povo de Deus, estava profanado com o pecado do escândalo.
O Papa recordou o episódio bíblico de Ana, mulher humilde, mãe de Samuel, que vai ao Templo para pedir a graça de um filho. Ela sussurrava suas orações em silêncio, enquanto o sacerdote e os seus dois filhos eram corruptos, exploravam os peregrinos, escandalizavam o povo.
Penso no escândalo que podemos fazer ao povo com a nossa atitude, com os nossos hábitos não sacerdotais no Templo: o escândalo do comércio, o escândalo da mundanidade… Quantas vezes vemos que entrando em uma igreja, ainda hoje, há ali a lista dos preços para o batismo, a benção, as intenções para a Missa. E as pessoas se escandalizam”.
Francisco deu como exemplo um episódio que presenciou quando ainda era sacerdote. Um casal de noivos queria se casar, mas queriam fazer isso com uma Missa. O secretário paroquial disse que não seria possível, porque não poderia ultrapassar 20 minutos e havia outros turnos. Para que pudessem se casar com a celebração da Santa Missa, teriam que pagar por dois turnos. Este é o pecado do escândalo e a essas pessoas Jesus diz que é melhor que sejam atiradas ao mar.
Quando aqueles que estão no Templo – sejam sacerdotes, leigos, secretários, mas que têm que gerir a pastoral do Templo – se tornam pessoas de negócios, o povo se escandaliza. E nós somos responsáveis por isso. Mesmo os leigos. Todos. Porque se eu vejo que na minha paróquia se faz isto, devo ter a coragem de dizê-lo na cara do pároco. E o povo sofre aquele escândalo”.
O Santo Padre falou de um fato curioso: a capacidade que as pessoas têm de perdoar seus padres quando têm uma fraqueza, escorregam em um pecado. Mas há duas coisas que o povo de Deus não sabe perdoar: um padre atraído ao dinheiro e um padre que maltrata o povo. Um escândalo quando o Templo, a Casa de Deus, torna-se uma casa de negócios, como aquele casamento: alugava-se a igreja.
A redenção é gratuita; Ele vem nos trazer a gratuidade de Deus, a gratuidade total do amor de Deus. E quando a Igreja ou as igrejas se tornam negociadoras, se diz que…bem, não é tão gratuita, a salvação… É por isto que Jesus pega o chicote na mão para fazer este rito de purificação no Templo. Hoje a liturgia celebra a apresentação de Nossa Senhora no Templo: quando pequenina… Uma mulher simples, como Ana. Que ela ensine a todos nós, a todos os párocos, a todos aqueles que têm responsabilidades pastorais, a manter o Templo limpo, a receber com amor aqueles que vêm, como se cada um deles fosse a Nossa Senhora”.
Fonte: Canção Nova


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