quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Aiatolá do Irã elogia palavras do Papa sobre Islã e terrorismo


O Grande Aiatolá do Irã, Naser Makarem Shirazi / Foto: Rádio Vaticano
O Grande Aiatolá do Irã, Naser Makarem Shirazi / Foto: Rádio Vaticano


Líder religioso do Irã escreveu uma carta ao Papa Francisco agradecendo sua postura de defender a desassociação do Islã com a violência

Da Redação, com Rádio Vaticano
O grande Aiatolá do Irã, Naser Makarem Shirazi, enviou uma carta ao Papa Francisco agradecendo as declarações em que o Pontífice critica qualquer identificação entre Islã e terrorismo. A informação foi divulgada pela Rádio Vaticano nesta terça-feira, 23.

“As suas sábias e lógicas considerações sobre o Islã que desassociam a religião das ações desumanas e das atrocidades perpetradas por seitas ímpias (takfir) como o Daesh são realmente admiráveis”, escreveu o líder religioso na carta endereçada ao Papa.

No documento, cuja tradução em inglês foi publicada em seu site oficial, o Aiatolá sublinha a importância dos líderes religiosos mundiais se posicionarem de forma clara e firme contra a violência e as barbáries, “sobretudo quando estes atos são realizados em nome da religião”.

Shirazi condenou ainda o assassinato do padre Jacques Hamel, morto no dia 26 de julho enquanto celebrava a Eucaristia na paróquia de Saint-Étienne-du-Rouvray, na França.

O líder iraniano recordou que a mesma condenação foi reiterada pela comunidade dos estudiosos muçulmanos e pela grande maioria dos fiéis islâmicos.

As seitas ímpias como o Daesh – concluiu o Aiatolá– representam “a pior crise da era moderna” e não fazem parte do Islã.

A carta de Shirazi ao Papa se refere de modo especial às declarações dada por Francisco no retorno a Roma após a viagem à Polônia para a Jornada Mundial da Juventude em julho de 2016. Na ocasião, o Papa disse que não é justo nem verdadeiro associar o Islã à violência.

“Eu não gosto de falar de violência islâmica, porque todos os dias quando leio os jornais vejo violências aqui na Itália: quem mata a namorada, outro que mata a sogra… E estas pessoas são violentos católicos batizados, eh! São católicos violentos… Se eu falasse de violência islâmica, deveria falar também de violência católica”.

Francisco observou que nem todos os islâmicos são violentos, assim como nem todos os católicos são violentos. O que acontece, segundo Francisco, é que sempre há um pequeno grupo fundamentalista dentro das religiões, inclusive na católica. “Creio que não seja justo identificar o Islã com a violência. Isto não é justo e não é verdadeiro!”.

FONTE: CANÇÃO NOVA

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