quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O perdão de Deus não tem limites, reforça Papa

Papa visitou capela da Porciúncula, na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis, recordando o “perdão de Assis”, que completa 8 séculos em 2016

Jéssica Marçal
Da Redação
Papa diante da Porta da Misericórdia na Porciúncula / Foto: Reprodução CTV
Papa diante da Porta da Misericórdia na Porciúncula / Foto: Reprodução CTV
O Papa Francisco visitou nesta quinta-feira, 4, a capela da Porciúncula, na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis, na Itália. A visita assume um caráter especial tendo em vista a celebração, em 2016, do oitavo centenário do perdão de Assis e o Ano da Misericórdia.

Após um momento de oração silenciosa na capela, o Papa propôs ao público presente na Basílica uma meditação inspirada no Evangelho de Mateus (Mt 18, 21-35). Francisco abriu o discurso citando palavras de São Francisco de Assis na Porciúncula: “Quero mandar-vos todos para o paraíso”.
“A via mestra a seguir para alcançar o tal lugar no Paraíso é, sem dúvida, a estrada do perdão. E aqui, na Porciúncula, tudo fala de perdão. Que grande prenda nos deu o Senhor ao ensinar-nos a perdoar, para tocar quase sensivelmente a misericórdia do Pai!”, disse o Papa.
Papa reza na capela da Porciúncula, na Basílica de Santa Maria dos Anjos / Foto: Reprodução CTV
Papa reza na capela da Porciúncula, na Basílica de Santa Maria dos Anjos / Foto: Reprodução CTV
A parábola presente no Evangelho de Mateus fala justamente sobre o perdão, conta como Jesus ensinou o gesto de perdoar. Quando os fiéis se ajoelham no confessionário, observou o Papa, buscam a paciência de Deus, porque estão conscientes de seus defeitos e das recaídas no pecado. “Deus não se cansa de nos oferecer o seu perdão, sempre que Lho pedimos. É um perdão completo, total, dando-nos a certeza de que, não obstante podermos voltar a cair nos mesmos pecados, Ele tem piedade de nós e não cessa jamais de nos amar”.
O problema, segundo o Papa, não está tanto na relação de perdão entre Deus e os homens, mas na prática do perdão entre os próprios homens. “Quando estamos em dívida com os outros, pretendemos misericórdia; mas, quando são os outros em dívida conosco, invocamos justiça. Esta não é a reação do discípulo de Cristo, nem pode ser este o estilo de vida dos cristãos”.

O Santo Padre recordou que o conhecido “perdão de Assis”, do qual São Francisco se fez canal há oito séculos, continua a gerar “paraíso” ainda hoje. “Neste Ano Santo da Misericórdia, torna-se ainda mais evidente como a estrada do perdão pode, verdadeiramente, renovar a Igreja e o mundo. Oferecer o testemunho da misericórdia, no mundo atual, é uma tarefa a que nenhum de nós pode subtrair-se”.
Terminando a meditação, o Papa convidou os frades e os bispos a seguirem para o confessionário – assim como ele fez – para “ficar à disposição do perdão”. O Papa confessou alguns fiéis. Agora ele deve seguir a programação prevista: uma visita à enfermaria do Convento para saudar os religiosos doentes e uma saudação aos fiéis presentes na praça diante da Basílica.
Após a visita, o Papa retorna ao Vaticano.

Sobre a Porciúncula

A Porciúncula é uma pequena igreja localizada nas imediações de Assis e o lugar mais tradicional da Ordem Franciscana. Ao redor dela foi construída a Basílica de Santa Maria dos Anjos.
Foi na Porciúncula que São Francisco se reunia com seus frades. Ali também Santa Clara se consagrou, dando origem à ordem das clarissas e também nesse local São Francisco morreu. Foi na Porciúncula que nasceu a forma franciscana de vocação à vida evangélica. A construção é do século IV e foi a terceira igreja restaurada por São Francisco.

Fonte: canção Nova

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