Na parábola de Jesus, Deus envia seus servos para convidar à festa da aliança, o casamento de seu Filho com a humanidade.
Profetas e apóstolos vieram da parte de Deus, mas foram ignorados por aqueles que já estavam ocupados em seus afazeres. Mais que ignorados, foram maltratados e mortos. E não por menos a história de Jesus fala do rei que incendeia a cidade, responsabilizando as autoridades judaicas pela ruína de Jerusalém, no ano 70.
Os convidados se mostraram indignos da aliança feita no êxodo, com Moisés. Foram infiéis à sua parte no acordo: não reconheceram o senhorio de Deus e não conseguiram criar uma sociedade justa e fraterna. Além disso, não reconheceram em Jesus o Messias enviado para renovar a Aliança.
Deus, portanto, nunca abandonou a aliança com a humanidade. Com Jesus, ele renovou esse pacto, estendendo o convite a todos os que estavam nas encruzilhadas do mundo, maus e bons, pecadores e não judeus.
Deus, de fato, inclui a todos na festa da aliança de seu Filho. Mas quem vai a uma festa não vai vestido de qualquer jeito. Vai com roupa de festa, para celebrar a vida com alegria.
Mateus é o evangelho da justiça do reino de Deus, e a roupa que faltava ao homem da parábola era exatamente a prática da justiça. Somente com a prática da justiça é possível participar da alegria do banquete.
As comunidades que seguem Jesus não são formadas por gente perfeita. Todos são chamados a participar, como sujeitos, para transformar o mundo segundo aquilo que o Mestre ensinou. Mas, assim como um círculo não pode ser quadrado, sem a prática da justiça do reino – isto é, sem a justiça que cria relações de solidariedade e fraternidade – não existe felicidade a celebrar no banquete da aliança, que é o banquete de todos, e não de um grupo seleto de felizardos.
E se Deus nos convida a todos, é sempre tempo de preparar a própria roupa de festa para o banquete do Filho. Uma roupa que não se encomenda a alfaiate ou costureira, mas é preparada com as nossas ações, com a prática da justiça ensinada pelo Mestre. Pois esta é a roupa que vestiremos pela eternidade.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
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