
Um relato sobre a experiência da cruz e do ícone de Maria nos presídios de Palmas (TO)

Conseguimos autorização para entrar no presídio feminino e conversar com as detentas. Ao entrar na cela, olhares desconfiados. Nas primeiras tentativas de diálogo, respostas curtas. Explicamos o que eram a Cruz da JMJ e o Ícone de Nossa Senhora. Nos aproximamos, pegamos nas mãos, elogiamos as meninas - que realmente estavam bonitas, bem arrumadas e maquiadas para receber os presentes especiais enviados pelo papa João Paulo II. E logo arrancamos sorrisos e relatos emocionantes.
G. M. foi presa por tráfico de drogas. Com apenas 21 anos, já morou com cinco homens e teve uma uma filha aos 13. Sem muitas referências familiares nem religiosas, ela afirma não ser muito católica, mas mostra interesse em conhecer melhor a igreja e nos enche de perguntas. C. A. não estava para conversa, só ficou nos ouvindo. Descobrimos depois que ela tinha uma namorada no presídio.
Quando a cruz e o ícone se aproximaram, elas se calaram e tiveram a mesma reação: colocaram os braços para fora das grades, encostaram nos símbolos e fecharam os olhos. Muitas choraram. G. M. disse que acredita em Deus para mudar sua vida. C.A., chorando, resolveu falar: pediu perdão a Deus por seus pecados. Surge então F. A., que estava quieta até então, para exclamar: eu acredito no Deus do impossível, acredito que vou sair logo daqui!
Não conseguimos entrar no presídio masculino. Os agentes trouxeram para o lado de fora nove detentos. Eles cumprem regime semi-aberto e pediram para ver os símbolos da JMJ. O arcebispo de Palmas, Dom Pedro Brito, disse a eles que muitos se encontram nessa situação porque não encontraram uma base familiar. "Não somos juízes agora, somos Igreja e queremos estar juntos de vocês".

Os símbolos ainda fizeram uma rápida visita ao centro para jovens infratores. O amor de Cristo enfrentou barreiras, atravessou as grades e inundou as prisões.
Equipe Jovens Conectados
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