O velho na estrada
andou toda madrugada
pelo acostamento
sem luz, sem alimento
Cansado e febril
arrancou dos pés os sapatos
de gastos, só haviam buracos
e a meia já não existia mais!
O velho passara fome
já nem lembrava seu nome
de tanto não ouvir lhe chamar!
Exausto e um tanto doente
parou no Posto, sorridente
feliz por alguém encontrar
mas foi banido insanamente
quase não pôde acreditar...
O velho chegou a cidade
já não sabe a idade
nem onde dormir, ou ficar...
vai ser mais um indigente
na soleira da cidade grande
comendo lixo nas ruas
sem destino certo, sem lugar!
E nós, solenemente abaixamos a cabeça
não para saudar...
No fundo, olhamos o chão
pois não queremos mais nada enxergar.
"Morre o homem, mas não é estatística,
morre a 'humanidade' e a sociedade
construída pelo dinheiro, vive eterna!
Eterna escrava do objeto que criou..."
((Mando Mago Poeta))
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