O Assessor
da Pastoral Juvenil, padre Toninho, comenta sobre a realidade dos
jovens brasileiros no mercado de trabalho
Monique
Coutinho
Da redação
Da redação
Não
é novidade que o Papa Francisco gosta de estar entre os jovens. O
Santo Padre com frequência os aconselha a viverem bem a
juventude. Neste mês de setembro, o Pontífice dedicou
suas intenções
de oração a
eles, pedindo que abundem as oportunidades de formação e de
trabalho para os jovens de todo o mundo.
A
piora no mercado de trabalho atinge os jovens brasileiros.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), o aumento do desemprego de 2014 para 2015,
entre os jovens do país, passou de 12,3% para 16,4%.
A
Igreja no Brasil se une às intenções de oração do Papa Francisco
e busca realizar ações sociais para que essa realidade se inverta.
Segundo o assessor da Pastoral Juvenil da CNBB, Padre Toninho, a
Igreja tem ações sociais das dioceses, através de ONG’s cristãs
que trabalham na capacitação de adolescentes e jovens para o
mercado de trabalho.
“O maior
trabalho de capacitação de adolescentes e jovens na sociedade
brasileira é mantida pela Igreja Católica”, afirma.
O padre
chama atenção para a baixa qualificação dos jovens diante do
mercado de trabalho. “A educação do Brasil vai de mal a
pior. É um país com milhões de jovens, e mesmo assim, temos um
índice muito grande de jovens desempregados ou vivendo de bico,
porque a educação que receberam, de modo especial nas escolas
públicas, não os capacitam para entrar no mercado de trabalho”.
Segundo
o padre Toninho, a sociedade, por ser considerada capitalista,
utiliza o jovem como algo “descartável” e por este motivo, o
Papa Francisco afirma que se ela não olhar para eles hoje, terá
grandes problemas amanhã.
Confirmando
as palavras do Pontífice, o padre Toninho acrescenta que a sociedade
brasileira não cuida muito bem dos jovens e por isso, o futuro do
país será difícil. “E se é uma juventude que não está
preparada no seu projeto de vida, no campo profissional, na educação,
amanhã teremos adultos de má qualidade, violentos e sofredores”.
Seminário
das Atividades Permanentes reuniu Coordenações das Pastorais da
Juventude da CNBB em Olinda (PE) / Fonte: Jovens Conectados
Para
que os jovens se tornem adultos mais felizes e estruturados, a Igreja
precisa estar no meio deles para sempre alimentá-los com a
esperança. “Porque eles são portadores da esperança e da alegria
e a gente precisa motivá-los e alimentá-los para que eles não
venham a tirar a própria vida e perder a esperança na sociedade
atual”.
Um
outro ponto que preocupa o Papa e a Igreja, é o vazio existencial na
vida dos jovens, que incluem todas as classes sociais, levando-os até
mesmo ao suicídio. “E porque os jovens se suicidam? Por causa do
vazio. O mundo é imediatista e o jovem perde o emprego e acha que
perdeu a vida, ou perde a namorada e não tem mais sentido de viver,
perde algum objeto pessoal, o pai, a mãe e eles se desesperam. Então
não tem estrutura para dar passos importantes para vencer essa cruz
e seguir em frente no seguimento de Cristo”, afirma o assessor da
Pastoral Juvenil.
Ao
concluir, o padre Toninho aponta a família como alicerce e afirma
que ela tem o papel fundamental na construção do jovem.”A Igreja
precisa saber como orientar os pais a não dar as coisas de mão
beijada para os filhos. Ou seja, fazer com que o jovem, nem que seja
em pequenas ações, trabalhe e sinta-se importante”.
Fonte:
Canção Nova
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