quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Deus não condena, só pode amar, diz Papa

Na Missa de hoje, Papa lembrou que a impotência de Deus é o amor pela humanidade; Deus pode tudo, menos deixar de amar

Da Redação, com Rádio Vaticano

Deus não condena, Ele só pode amar e o amor é a sua fraqueza e a vitória do homem. Essa foi, em resumo, a reflexão do Papa Francisco na Missa desta quinta-feira, 29, na Casa Santa Marta.
Francisco durante Missa na Casa Santa Marta / Foto: L'Osservatore Romano
Francisco durante Missa na Casa Santa Marta / Foto: L’Osservatore Romano
Da primeira Leitura, Francisco destacou a fala de São Paulo: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”. O Papa explicou que é como se o cristão tivesse em mãos essa força da segurança de vencedor, como uma propriedade, e pudesse dizer “sou campeão”. Mas o sentido é outro, disse. O que faz o cristão vencedor é o fato de que nada poderá separá-lo do amor de Deus.
Não é que nós somos vencedores sobre os nossos inimigos, sobre o pecado. Não! Nós estamos tão ligados ao amor de Deus que ninguém, nenhum poder, nada poderá nos separar deste amor. Paulo viu no dom, viu mais, aquilo que dá o dom: é o dom da recriação, é o dom da regeneração em Cristo Jesus. Viu o amor de Deus. Um amor que não se pode explicar”.
A impotência de Deus é a sua incapacidade de não amar
Francisco explicou que cada pessoa pode até rejeitar esse dom, preferindo a sua vaidade, o seu orgulho, o seu pecado. Mas mesmo assim o dom está ali.
O dom é o amor de Deus, um Deus que não pode se separar de nós. Essa é a impotência de Deus. Nós dizemos: ‘Deus é poderoso, pode fazer tudo!’. Menos uma coisa: separar-se de nós! No Evangelho, aquela imagem de Jesus que chora sobre Jerusalém nos faz entender algo desse amor. Jesus chorou! Chorou sobre Jerusalém e naquele choro está toda a impotência de Deus: a sua incapacidade de não amar, de não se separar de nós”.
A segurança do homem: Deus não condena, só pode amar
Sobre esse episódio do Evangelho, o Papa explicou que Jesus chorou sobre Jerusalém que matou os seus profetas, aqueles que anunciavam a sua salvação. E Deus disse: “Quantas vezes quis reunir os teus filhos como uma galinha e os seus pintinhos sob suas asas e vocês não quiseram”. Essa é uma imagem de ternura, lembrou o Papa, e por isso São Paulo entende e diz que foi convencido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos e nem nada pode separar o homem desse amor divino.
Deus não pode não amar! E essa é a nossa segurança. Eu posso rejeitar aquele amor, posso rejeitar como fez o bom ladrão, até o fim da sua vida. Mas ali o esperava aquele amor. O pior, o que mais diz blasfêmias é amado por Deus com uma ternura de pai. E como diz Paulo, como diz o Evangelho, como diz Jesus: ‘Como uma galinha com os pintinhos’. E Deus, o Poderoso, o Criador pode fazer tudo: Deus chora! Neste choro de Jesus sobre Jerusalém, naquelas lágrimas, está todo o amor de Deus. Deus chora por mim, quando eu me afasto; Deus chora por cada um de nós; Deus chora por aqueles malvados, que fazem tantas coisas ruins, tanto mal à humanidade…Espera, não condena, chora. Por que? Porque ama!”.
Fonte: Canção Nova


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