Na
homilia de hoje, Papa advertiu sobre o risco da idolatria ao
dinheiro: o problema não é a riqueza, mas o apego a ela
Da
Redação, com Rádio Vaticano
“Jesus
não condena a riqueza, mas o apego à riqueza que divide as famílias
e provoca as guerras”, disse o Papa Francisco, na Missa celebrada
na manhã desta segunda-feira, 19, na Casa Santa Marta.
Segundo
o Santo Padre, o apego às riquezas é uma idolatria. Ele recordou
que não é possível servir a dois senhores: ou se serve a Deus ou
ao dinheiro. Jesus não é contra as riquezas, mas adverte sobre o
risco de colocar a própria segurança no dinheiro, que pode fazer da
religião uma agência de seguros. Além do mais, o apego ao dinheiro
divide, como diz o Evangelho que fala de dois irmãos que brigam por
causa da herança.
“Pensemos
nas muitas famílias que conhecemos que brigaram, brigam, não se
saúdam, se odeiam por causa de herança. Este é um dos casos. O
mais importante não é o amor pela família, o amor pelos filhos,
pelos irmãos, pelos pais, não, mais o dinheiro. Isso destrói.
Também as guerras, as guerras que vemos hoje destroem. Sim. Existe
um ideal, mas por trás está o dinheiro: o dinheiro dos traficantes
de armas e daqueles que tiram proveito das guerras. Isso acontece na
família. Todos nós conhecemos pelo menos uma família assim. Jesus
é claro: Tenham cuidado e fiquem longe de todos os tipos de cobiça:
é perigoso. A cobiça nos dá a segurança que não é verdadeira e
nos leva sim a rezar – você pode rezar, ir à igreja, mas também
ter um coração apegado, e no fim isso termina mal”.
Francisco
recordou ainda a parábola contada por Jesus, sobre um homem rico,
que teve uma colheita abundante e estava cheio de riquezas, mas em
vez de pensar em compartilhar um pouco com os trabalhadores, só
pensou investir para ganhar ainda mais. “A sede do apego às
riquezas nunca termina. Se você tem seu coração ligado à riqueza
– quando você tem tanta – você quer mais. E este é o deus da
pessoa que está apegada às riquezas”.
O
caminho da salvação, disse o Papa, é o das Bem-aventuranças,
sendo a primeira a pobreza de espírito, isto é, não estar apegado
às riquezas que – caso a pessoa tenha- são para o serviço dos
outros, para compartilhar, para fazer ir avante tantas pessoas.
E
o sinal de que a pessoa não está nesse pecado de idolatria é dar
esmolas, é dar aos necessitados e dar não o supérfluo, mas o que
custa algumas privações. Este é um bom sinal, concluiu Francisco,
porque significa que é maior o amor por Deus que o apego às
riquezas. E para finaliza, o Papa propôs três perguntas:
“Primeira
pergunta: ‘Dou?’. Segunda: ‘Quanto dou?’. Terceira pergunta:
‘Como dou?’ Como Jesus dá, com a carícia do amor ou como quem
paga um imposto? Como dou?’. ‘Mas padre, o que o senhor quer
dizer com isso?’. Quando você ajuda alguém, você olha nos olhos?
Toca a sua mão? É a carne de Cristo, é o seu irmão, sua irmã. E
você naquele momento é como o Pai que não deixa faltar o alimento
para as aves do Céu. Com quanto amor o Pai dá. Peçamos a Deus a
graça de estar livres desta idolatria, do apego às riquezas; a
graça de olhar para Ele, tão rico em seu amor e tão rico em
generosidade, na sua misericórdia; e a graça para ajudar os outros
com o exercício da caridade, mas como ele faz. ‘Mas, padre, Ele
não se privou de nada …’. Jesus Cristo, sendo igual a Deus, se
privou disso, abaixou-se, esmagou-se, e também Ele se privou”.
Fonte:
Canção Nova
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