segunda-feira, 12 de setembro de 2011

ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS

A vida terrena de Jesus e seu ensinamento foram marcados pelo perdão generoso, incondicional e sem limites.
Se somos nós a errar e ofender alguém, ele deixou claro como é fundamental reconhecer a própria culpa e pedir perdão. Mas o que sempre pedimos a Deus na oração do pai-nosso nos leva a pensar sobre como agimos quando são os outros a nos ofender. “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.
Jesus diz que não basta perdoar sete vezes. Sete é um número simbólico, que faz pensar num perdão generoso e perfeito, porém limitado. O Mestre ensina um perdão sem limites, um perdão de perder a conta ou, melhor dizendo, um perdão de quem não fica calculando.
Deus certamente não nos perdoa com a medida que nós, em nossa debilidade, usamos para perdoar, pois seu perdão será sempre infinitamente superior ao nosso. A “enorme fortuna” da história são 10 mil talentos,
muitas toneladas de ouro, a quantia que o general romano Pompeu tirou da Judeia em 60 a.C. Valor bastante desproporcional, considerando os cem denários, menos de 30 gramas de ouro, que o escravo não consegue perdoar ao companheiro. Somos perdoados por tantas coisas e podemos não conseguir perdoar por tão pouco.
Mas, se não somos nós a limitar o perdão de Deus, a questão é: será possível sentir de fato o perdão incondicional de Deus para conosco, se não conseguimos perdoar quem nos ofende? Como é possível experimentar um Deus infinitamente bom e misericordioso e, ao mesmo tempo, condenar aqueles que também são objeto do perdão divino?
Jesus quer seguidores conscientes, que pratiquem o perdão sem limites. Pois, se nas quedas houver perdão, haverá também força para levantar-se. E as relações serão gratuitas.
E se Deus continua amando seus filhos incondicionalmente, quão diferente seria o mundo se nós, cristãos, experimentássemos de fato seu perdão. “Perdoai-nos, Senhor, como nós perdoamos” continua sendo um desafio.

Pe. Paulo Bazaglia, ssp

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