sábado, 27 de julho de 2013

Via Sacra encenada em Copacabana é acompanhada pelo Papa Francisco


via2Na chamada de “Via Sacra solidária dos jovens”, atores conhecidos como Eriberto Leão, Narjara Tureta, Cássia Kiss, Livian Aragão, Murilo Rosa a cantora Elba Ramalho, a apresentadora Ana Maria Braga representam as 14 estações da Paixão e Morte de Jesus.
 Ao som de matracas e com a cruz peregrina, que pesa 31 quilos, sendo levada de estação em estação, tendo como guardiões militares, escoteiros e outros jovens, foram realizadas as cenas da Via Sacra com estrutura bem simples: uma narração e uma meditação. Em cada uma das meditações, Jesus é representado por uma pessoa que sofre ou por alguém que caminha nessa vida procurando ser fiel a Deus e ao seu convite de amor como os que respondem à vocação que recebem, segundo os textos das reflexões apresentadas.
Um exemplo, segundo o Diretor da espetáculo, Ulysses Cruz, na encenação da sexta estação, quando Verônica enxuga o rosto de Cristo, todas as mulheres são Verônica. E a meditação se estendeu a situações em que as mulheres se debruçam sobre Mulheres prostituídas, famílias na miséria, jovens desempregados, minorias tratadas com preconceito foram os exemplos dados na meditação que mostrou “que a face de Jesus fica estampada no lenço da solidariedade”.
Os textos declamados pelos atores e voluntários foram gravados previamente para dar qualidade e pureza ao som que todos ouviram durante o espetáculo. Alguns personagens como Maria, vivida pela atriz Cássia Kiss, foram representados nas cenas sem texto. A ideia foi fugir do realismo para que as cenas tivessem uma interpretação atual.
“Na hora da dor, melhor falar de Deus é falar com Deus”, mostrando que rezar é mais importante que explicar a fé foi o que se destacou, no texto declamado, o narrador da oitava estação. E na décima estação, um jovem pede que Cristo não permita que essa geração se perca no meio dos avanços tecnológicos de comunicação, especialmente a internet, e passem a substituir o contato real com as pessoas pelo contato virtual. Curioso que foram rapazes engravatados a representar o ambiente de opressão na décima primeira estação.
A coreografia foi inspirada no barroco mineiro e português acompanharam cada uma das cenas. Na décima segunda estação, enfermeiros entraram em cena carregando cadeiras de rodas e abrem uma porta do cenário, colocando-se de joelhos para passar a ideia da morte de Jesus. Um médico que acompanha doentes terminais pediu, na meditação, que Jesus fizesse dele um “missionário da vida” e o convertesse para o serviço aos irmãos.
Na décima terceira estação, quando Jesus é descido da cruz, com uma reprodução da famosa “La Pietá” de Michelangelo no palco, com tradução para a sinais de Libra para os surdos-mudos, afirmou-se que, muitas vezes, todos os discursos são insuficientes e que existem momentos que o silêncio fala muito mais.
A cruz peregrina se dirigiu até o palco principal onde está o Papa Francisco para encenar a última estação. No século XVI foi consolidada 14 estações, mas é comum encontrar a décima quinta estação nas igrejas, mas que não são, comumente encenadas, por se tratar da ressurreição de Jesus. E na décima quarta estação, o ator Murilo Rosa, surpreendeu pedindo a bênção do Papa para ele e para sua família, antes de recitar o texto bíblico. Uma jovem pediu para que os jovens sejam enviados nesse tempo de uma nova evangelização. Em seguida, vários jovens, representando os continentes, fizeram pedidos em várias línguas.
O Papa fez uma oração para concluir a Via Sacra.
Os textos recitados são de autoria dos padres dehonianos Zezinho e Joãozinho e as leituras bíblicas também foram feitas por nomes como o de Bruna Roulin, Luciano Mitchel, Carolina Dutra, Tamires Coelho, Carol Nemetela, Raphael Najan.

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