Francisco
concentrou sua homilia na riqueza do Espírito Santo, promotor do
diálogo e da unidade na Igreja
Da
Redação, com Rádio Vaticano
O
Espírito Santo cria “movimento” na Igreja, o que aparentemente é
visto como confusão; mas, quando acolhido em oração e com espírito
de diálogo, gera sempre unidade entre os cristãos. Foi o que
afirmou o Papa Francisco na homilia desta sexta-feira, 8, na Casa
Santa Marta. A Santa Missa foi dedicada à sua pátria no dia de
Nossa Senhora de Lujan, Padroeira da Argentina.
O
Deus desconhecido movimenta as águas da Igreja e todas as vezes que
os cristãos, a partir dos apóstolos, se confrontaram com a
franqueza, com diálogo e sem fomentar traições e correntes
internas, sempre compreenderam o que era justo fazer, graças à
inspiração do Espírito Santo.
Orientando-se
pelo livro dos Atos dos Apóstolos, Francisco mencionou as situações
de confronto e conflito que a primeira comunidade cristã teve que
viver.
A
leitura do dia narra a conclusão do primeiro Concílio de Jerusalém
que estabeleceu, depois de alguns atritos, as poucas e simples regras
que deveriam ser observadas pelos novos convertidos ao Evangelho. O
problema, recordou o Santo Padre, é que, antigamente, havia uma luta
interna entre os definidos ‘fechados’ – grupo de cristãos
muito ‘presos à lei’, que queriam ‘impor as condições do
hebraísmo aos novos cristãos’ – e Paulo de Tarso, o apóstolo
dos pagãos, era firmemente contrário a esta constrição.
“Como
resolvem o problema? Se reúnem e cada um dá o seu parecer, dá a
sua opinião. Discutem, mas como irmãos e não como inimigos. Não
fazem correntes para vencer, não vão aos poderes civis para ganhar,
não matam para triunfar. Procuram o caminho da oração e do
diálogo. Mesmo com opiniões totalmente opostas, dialogam e entram
em acordo. É obra do Espírito Santo”.
A
decisão final, destacou o Pontífice, é tomada na concórdia. E é
sobre esta base que foi escrita, no final do Concílio, a carta a ser
enviada aos “irmãos” que “provêm dos pagãos”. O conteúdo
nela comunicado é fruto de uma partilha bem diferente das manobras
colocadas em questão pelos intransigentes da tradição:
“Uma
Igreja em que jamais existem problemas do gênero me faz pensar que o
Espírito não está tão presente. E numa Igreja na qual sempre se
discute e os irmãos se traem uns aos outros, ali também não está
o Espírito! O Espírito faz a novidade, cria a sabedoria que Jesus
prometeu: ‘Ele vos ensinará!’. Ele move, mas é quem, no final,
cria a unidade harmoniosa entre todos”, afirma o Papa Francisco.
A
última observação do Papa, na homilia de hoje, foi sobre a frase
adotada para concluir a carta. Palavras que revelam a alma da
concórdia cristã, não um simples ato de boa vontade, mas um fruto
do Espírito Santo.
“Isso
é o que nos ensina hoje esta leitura, o que nos ensina o primeiro
Concílio ecumênico. ‘De fato, pareceu bem ao Espírito Santo, e a
nós […]': esta é a fórmula, quando o Espírito nos coloca todos
de acordo. Agora continuemos a Celebração Eucarística e peçamos
ao Senhor Jesus, que está presente entre nós, que nos envie sempre
o Espírito Santo, a nós, a cada um de nós. Que Ele nos envie à
Igreja, e que a Igreja saiba ser fiel aos movimentos que o Espírito
Santo faz”.
Fonte:
Canção Nova
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