Data
instituída pelo Papa Francisco propõe orações pelo cuidado da
Criação; crise ecológica em curso chama a atenção para a
necessidade de preservação ambiental
Jéssica
Marçal
Da Redação
Da Redação
Por
iniciativa do Papa Francisco, celebra-se nesta terça-feira, 1º, o
Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. A data
instituída em
agosto deste ano pelo Santo Padre busca conscientizar as pessoas
sobre a necessidade de cuidar do meio ambiente, para que elas
ofereçam a sua contribuição a fim de superar a crise ecológica.
A
preservação ambiental é uma das preocupações do Santo Padre, que
já na Missa de início do seu pontificado, em março de 2013, fez
uma homilia destacando o cuidado com a Criação. Recentemente, em
junho passado, ele publicou uma encíclica – Laudato
si –
dedicada a esse mesmo tema.
O
empenho de Francisco pelo meio ambiente não passa despercebido,
tanto que sua encíclica teve impacto não só entre os católicos,
mas nos âmbitos econômico e político de vários países. O
documento despertou interesse também das Nações Unidas e de
delegações que participam de discussões sobre o desenvolvimento
sustentável da agenda pós 2015.
“Foi
um passo muito importante. Essa encíclica do Papa Francisco é muito
importante porque ela é mesmo o start, o início, uma coisa que está
sendo respeitada por conta da importância dele, não só para nós
católicos, para a igreja católica, mas também em contexto
mundial”, opina o mestre em Meio Ambiente, Sander Renato.
Depois
da grande repercussão da encíclica, Francisco volta a fazer um
apelo pelo meio ambiente instituindo essa data de oração, que já é
celebrada anualmente pelos cristãos ortodoxos e será celebrada, de
agora em diante, todos os anos pelos católicos.
A
Igreja ortodoxa, inclusive, viu com bons olhos essa iniciativa do
Papa, conforme comenta o núncio apostólico da Igreja Sirian
Ortodoxa em todo o Brasil, Dom Titos Paulo George Hanna. “Ficamos
felizes. A nossa Igreja Ortodoxa vai participar também com a Igreja
católica e se unir com ela para levantar prosperidade para a criação
do mundo”.
Ecumenismo
Se
por um lado o Dia de Oração pretende mobilizar os cristãos sobre o
cuidado ambiental, por outro procura reforçar o empenho ecumênico
através dessa temática do meio ambiente, uma vez que o planeta é
casa comum de todos.
“Orar
é sempre algo que toda cristandade faz, todas as pessoas cristãs
veem na oração um caminho importante de fortalecimento da
espiritualidade e também de receber de Deus a força necessária
para testemunhar o Evangelho. Portanto, este Dia é um dia em que nós
estamos em profunda comunhão através da oração”, comenta a
pastora Cibele Kuss, secretária Executiva da Fundação Luterana de
Diaconia.
A
pastora destaca ainda o papel da Igreja quando o assunto é
preservação do meio ambiente. Ela defende que as igrejas precisam
ter uma voz pública em relação aos projetos que violam os direitos
da Criação. “Eu penso que as igrejas, as organizações
ecumênicas que atuam em defesa de direitos, precisam incorporar
também a ideia do direto ambiental e ter uma voz pública, o que
para as igrejas significa ter uma voz profética, que faz incidência,
que é também uma voz de populações e de biomas que estão vivendo
profundas opressões e explorações”.
Crise
ecológica
Embora
a situação esteja mais crítica nos últimos tempos, não é de
hoje que o planeta pede socorro. O primeiro sinal de alerta sobre a
degradação ambiental foi dado na década de 70, quando o
ambientalista Maurice Strong, em 1972, chamou a atenção para a
poluição ambiental que estava dizimando rios, florestas e afetando
a saúde da população por causa do gás carbônico.
O
processo de desgaste do meio ambiente, porém, continuou, e o assunto
começa a voltar à pauta de discussões quando um incidente
alarmante acontece, como é caso da atual crise da água no Brasil.
“Todo mundo fala que há água adoidado aqui no Brasil. Não é
assim. Então foi bom isso acontecer, para as pessoas aprenderem a
lidar com a água com certa parcimônia, com economia”, afirma
Sander Renato.
Mas
de agora em diante, todo esforço, não só referente à água, não
será mais suficiente para reverter os danos causados ao meio
ambiente; o que se se deve buscar é frear esse processo de
degradação. “É irreversível o que já aconteceu. Agora o que
tem que acontecer é a consciência, e parece que a população, de
modo geral, está tomando uma consciência muito grande. O meio
ambiente é nada mais do que o meio em que a gente vive. É o
ambiente onde você trabalha, sua casa e por aí vai. Então a gente
tem que cuidar”, afirma Sander.
FONTE:
CANÇÃO NOVA
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