sexta-feira, 6 de maio de 2016

"Se Deus chorou, também eu posso chorar", diz Papa em Vigília

Francisco falou aos fiéis após ouvir os testemunhos daqueles que passaram pela experiência da perda de um ente querido, da perseguição e da solidão
André Cunha
Da redação
Na primeira Vigília “para enxugar as lágrimas”, realizada nesta quinta-feira, 6, o Papa Francisco disse que as mais amargas são as lágrimas causadas pela maldade humana: “as lágrimas de quem viu arrancar-lhe violentamente uma pessoa querida; lágrimas de avós, de mães e pais, de crianças…”.
A Vigília teve início às 12h5o (horário de Brasília), com três histórias. As primeiras sobre duas famílias: uma que sofreu a perda de um filho que suicidou-se aos 15 anos, e a outra que foi perseguida no Paquistão por causa do trabalho do pai, jornalista, que relatava o sofrimento dos cristãos da região.
Por último, dois irmãos gêmeos contaram a experiência de dor, de solidão, de tristeza e da busca do sentido da vida, antes do encontro com o amor misericordioso de Deus.
Descrição: papa_vigília_lagrimas
Foto: Reprodução CTV
Após ouvir os testemunhos, o Papa Francisco destacou a busca pela consolação que cada homem faz nos momentos de tristeza, na tribulação da doença, na angústia da perseguição e na desolação do luto. “A mente enche-se de interrogações, mas as respostas não chegam. A razão, sozinha, não é capaz de iluminar o nosso íntimo, compreender a dor que sentimos e dar a resposta que esperamos. Nestes momentos, temos mais necessidade das razões do coração, as únicas capazes de nos fazerem entender o mistério que envolve a nossa solidão”.
Francisco disse que de todas as lágrimas, as mais amargas são causadas pela maldade humana. Mas destacou que, nesta dor, “não estamos sozinhos”. “Também Jesus sabe o que significa chorar pela perda duma pessoa amada”, disse recordando os fatos bíblicos onde Cristo chora.
“Se Deus chorou, também eu posso chorar, ciente de que sou compreendido. O pranto de Jesus é o antídoto contra a indiferença face ao sofrimento dos meus irmãos”.
Segundo o Papa, no momento do pavor, da comoção e do pranto, a oração surge no coração de Cristo. Por isso, afirmou que a oração é o “verdadeiro remédio” para o sofrimento humano. “Na oração, também nós podemos sentir a presença de Deus ao nosso lado”, afirmou.
Por último, Francisco apontou que a “força do amor” transforma o sofrimento na certeza da vitória de Cristo e do homem, na esperança de um dia contemplar o rosto da Santíssima Trindade, “fonte eterna da vida e do amor”.

Fonte: Canção Nova

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