Na
Missa de hoje, Papa destacou o valor da proximidade aos
marginalizados; muitas vezes, cristãos devem “sujar” as
mãos para ajudá-los, a exemplo de Jesus
Da
Redação, com Rádio Vaticano
O
Papa Francisco voltou a defender, nesta sexta-feira, 26, a
proximidade aos mais necessitados como um aspecto fundamental da
comunidade cristã. Na Missa de hoje, ele destacou que o bem se faz
“sujando” as mãos, ou seja, os cristãos devem se aproximar e
estender as mãos àqueles que a sociedade tende a excluir.
Francisco
convida cristãos a pensarem no modo como se fazem próximos aos
mais necessitados / Foto: L’Osservatore Romano
Aproximando-se
dos excluídos do seu tempo, Jesus “sujou” as mãos tocando os
leprosos. E, assim, ensinou à Igreja que não se pode fazer
comunidade sem proximidade. As reflexões do Papa surgiram a partir
do Evangelho do dia, que retrata a cura de um leproso.
O
milagre, notou o Papa, aconteceu sob os olhos dos doutores da lei,
que consideravam o leproso impuro. Naquela época, a lepra era uma
condenação perpétua; curar um leproso era tão difícil como
ressuscitar um morto. Por isso os leprosos eram marginalizados, mas
Jesus estendeu a mão ao excluído e demonstrou o valor fundamental
da palavra “proximidade”.
“Não
se pode fazer comunidade sem proximidade. Não se pode fazer a paz
sem proximidade. Não se pode fazer o bem sem se aproximar. Jesus
poderia muito bem ter dito: ‘Sê purificado!’. Mas não:
aproximou-se e o tocou. E mais! No momento em que Ele tocou o impuro,
tornou-se também Ele impuro. E esse é o mistério de Cristo: toma
para si as nossas sujeiras, as nossas impurezas.”
O
trecho do Evangelho registra também o convite que Jesus fez ao
leproso curado: que se apresentasse ao sacerdote para que fosse
novamente incluído na sociedade. Além da proximidade, também é
importante para Jesus a inclusão.
“Tantas
vezes penso que seja, não digo impossível, mas muito difícil fazer
o bem sem sujar as mãos. E Jesus se sujou. Proximidade. E depois vai
além. (…) Quem estava excluído da vida social, Jesus inclui:
inclui na Igreja, inclui na sociedade… Ele jamais marginaliza
alguém, jamais. Marginaliza a si mesmo para incluir os
marginalizados, para nos incluir, pecadores, marginalizados, com a
sua vida”.
Proximidade
é estender a mão
O
Papa ressaltou a admiração que Jesus suscita com as suas afirmações
e os seus gestos. “Quantas pessoas seguiram Jesus naquele momento e
seguem Jesus na história porque ficam impressionadas pelo modo como
fala”
“Quantas
pessoas olham de longe e não entendem, não lhes interessa…
Quantas pessoas olham de longe, mas com o coração mau, para testar
Jesus, para criticá-lo, para condená-lo… E quantas pessoas olham
de longe porque não têm a coragem que ele teve de se aproximar, mas
têm tanta vontade de fazê-lo! E naquele caso, Jesus estendeu a mão,
antes. No seu ser estendeu a mão a todos, fazendo-se um de nós,
como nós: pecador como nós, mas sem pecado, mas sujo dos nossos
pecados. E esta é a proximidade cristã”.
“Proximidade”
é uma bela palavra, concluiu Francisco, convidando os fiéis a um
exame de consciência: “Eu sei aproximar-me? Tenho ânimo, força,
coragem de tocar os marginalizados?”. Essas são perguntas, disse,
que dizem respeito também à Igreja, às paróquias, às
comunidades, aos consagrados, aos bispos, aos padres, a todos.
Fonte:
Canção Nova
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