Na
catequese de hoje, Papa alertou sobre os conflitos no próprio
ambiente familiar, destacando a ferida que isso causa na vida dos
filhos
Da
Redação, com Rádio Vaticano
Problemas
de convivência familiar, quando a família fere a si mesma. Este foi
o foco do Papa Francisco, na catequese desta quarta-feira, 24,
seguindo o ciclo de reflexões sobre família. Ele falou, em
especial, dos casos em que os desentendimentos entre os pais ferem a
vida dos filhos.
Francisco
destaca o sofrimento dos filhos quando há ressentimentos entre os
casais / Foto: Reprodução CTV
Nas
catequeses anteriores, Francisco vinha falando de algumas
fragilidades da condição humana, como a pobreza, a doença e a
morte. Mas hoje ele quis se dedicar às fragilidades que existem
dentro da própria família e que, em vez de exprimir amor acabam
mortificando o ambiente familiar. Uma delas foi o fato das desavenças
entre os casais recair sobre os filhos.
“Quando
os adultos perdem a cabeça, quando cada um pensa apenas em si mesmo,
quando o pai e a mãe se agridem, a alma dos filhos sofre
imensamente, sentem-se desesperados. E nós? Não obstante a nossa
sensibilidade, tão evoluída, parece que ficamos anestesiados diante
das feridas profundas nas almas das crianças”.
Uma
vez que tudo na família está interligado, Francisco explicou que
quando o casal pensa obsessivamente em suas próprias exigências de
liberdade e gratificação, essa distorção fere o coração e a
vida dos filhos.
“Temos
que entender bem isso: o marido e a mulher são uma só carne; mas as
suas criaturas são carne da sua carne. Quando se pensa na dura
advertência que Jesus fez aos adultos para não escandalizarem os
pequeninos, pode-se compreender melhor a sua palavra sobre a grave
responsabilidade de salvaguardar o vínculo conjugal que dá início
à família humana. Quando o homem e a mulher se tornam uma só
carne, todas as feridas e todo o abandono do pai e da mãe incidem na
carne viva dos filhos”.
Francisco
ressaltou que há casos em que a separação é inevitável; às
vezes, pode se tornar até moralmente necessária, quando se fala de
salvar o cônjuge mais frágil, ou filhos pequenos, de feridas
causadas pela prepotência e a violência, das humilhações e da
exploração, da indiferença.
Terminando
a catequese, o Papa destacou a questão do acompanhamento pastoral
desses casais que se separaram, um ponto destacado por ele diversas
vezes ao longo dos debates do Sínodo Extraordinário sobre a
Família. Essa é uma questão que será ressaltada também no
próximo encontro sinodal, em outubro.
“Ao
nosso redor, há muitas famílias que se encontram na situação
chamada ‘irregular’ (palavra de que não gosto). Nós nos
perguntamos: Como ajudá-las? Como acompanhá-las para que as
crianças não sejam ‘reféns’ do pai ou da mãe? Peçamos ao
Senhor uma fé grande para vermos a realidade com o olhar de Deus; e
uma caridade grande, para nos aproximarmos dessas pessoas com coração
misericordioso”.
Fonte:
Canção Nova
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