Na
homilia de hoje, Papa voltou a reiterar que a pobreza está no centro
do Evangelho; é injusto chamar de “comunista” padres ou bispos
que falam dos pobres
Da
Redação, com Rádio Vaticano
Se
tirarmos a pobreza do Evangelho, nada se entenderia da mensagem de
Jesus, observou Francisco na Missa de hoje / Foto:
L’Osservatore Romano
O
Papa Francisco voltou a afirmar, nesta terça-feira, 16, que a
pobreza está no centro do Evangelho. A homilia de hoje foi dedicada
à contraposição entre riqueza e pobreza. O Pontífice reiterou que
é injusto definir como “comunistas” os sacerdotes ou bispos que
falam dos pobres.
“A
pobreza está no centro do Evangelho. Se tirarmos a pobreza do
Evangelho, nada se entenderia da mensagem de Jesus”, disse o Papa.
Ele acrescentou que o apóstolo Paulo evidencia qual é a verdadeira
riqueza: ter fé, eloquência, ciência, zelo e caridade em
abundância. E o apóstolo deixa um convite: visto que tendes tudo em
abundância, procurai também distinguir-vos nesta obra de
generosidade.
“Se
há tanta riqueza no coração, esta riqueza tão grande – o zelo,
a caridade, a Palavra e o conhecimento de Deus – façam com que
essa riqueza chegue até os bolsos. E essa é uma regra de ouro.
Quando a fé não chega aos bolsos, ela não é genuína”.
Francisco
destacou a contraposição entre riqueza e pobreza. A Igreja de
Jerusalém, por exemplo, é pobre, está em dificuldade econômica,
mas é rica, porque tem o tesouro do anúncio evangélico. E essa
Igreja de Jerusalém, pobre, enriqueceu a Igreja de Corinto com o
anúncio evangélico.
Deixar-se
enriquecer pela pobreza de Cristo
Retomando
São Paulo, o Papa disse que, sem o anúncio do Evangelho, as pessoas
são pobres e Cristo as enriqueceu com a sua pobreza. “Da pobreza
vem a riqueza, é uma troca mútua (…) Ser pobre é deixar-se
enriquecer pela pobreza de Cristo e não querer ser rico com outras
riquezas que não sejam as de Cristo”.
Francisco
esclareceu que, quando os fiéis ajudam os pobres, eles não fazem
obras de beneficência de modo cristão, embora isso seja bom, seja
humano, mas esta não constitui a pobreza cristã de que São Paulo
fala. “A pobreza cristã é dar do que é meu ao pobre, inclusive
do que é necessário, e não o supérfluo, porque sei que ele me
enriquece. E por que o pobre me enriquece? Porque Jesus disse que Ele
mesmo está no pobre”.
Esta
é a teologia da pobreza, concluiu o Papa, este é o motivo pelo qual
a pobreza está no centro do Evangelho, não é uma ideologia. “É
justamente esse mistério, o mistério de Cristo que se rebaixou,
humilhou-se, empobreceu-se para nos enriquecer. Assim se entende,
porque a primeira das bem-aventuranças seja ‘Bem-aventurados os
pobres de espírito’. Esse pobre de espírito é percorrer essa
estrada do Senhor: a pobreza do Senhor que, também, se rebaixa tanto
que agora se faz ‘pão’ para nós, nesse sacrifício. Continua a
rebaixar-se na história da Igreja, no memorial da sua paixão, no
memorial da sua humilhação, no memorial do seu rebaixamento, no
memorial da sua pobreza, e deste ‘pão’ Ele nos enriquece”.
Fonte:
Canção nova
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