Na Oração do Angelus, o Papa Francisco disse que não se deve dar apenas o supérfluo aos pobres, mas também o que custa verdadeiramente doar
Da
redação, com Rádio Vaticano
“Há
doenças cardíacas que fazem aproximar o bolso, a carteira ao
coração”. O Papa Francisco no Angelus deste domingo, 8, comentou
a mensagem do óbolo da viúva, que convida não só a dar o
supérfluo aos pobres, mas também o que nos custa verdadeiramente
dar, narrada pelo Evangelho. Neste contexto, o Pontífice contou um
episódio sobre uma família de Buenos Aires, cidade, que definiu a
sua diocese anterior.
“Uma
mãe e seus três filhos, enquanto que o pai estava no trabalho, se
colocaram à mesa diante de bifes à milanesa. Batem à porta e a mãe
pergunta quem é? A criança que tinha ido abrir a porta responde que
havia um mendigo que pede algo para comer. E a mãe, que era uma boa
cristã, pega uma faca e diz às crianças: ‘O que vamos fazer?
Vamos dar metade de cada bife’. ‘Não mãe, não assim. Pegue da
geladeira’, respondem as crianças.”
O
Papa continua afirmando que a mãe disse: “‘Não, vamos fazer
três sanduíches’. E as crianças aprenderam. A verdadeira
caridade se faz assim. Estou certo de que naquela tarde elas tiveram
um pouco de fome. Devemos nos privar de algo como essas crianças se
privaram da metade do bife”.
O
Pontífice acrescenta ainda que Jesus diz também que o critério de
julgamento não é a quantidade, mas a plenitude. “Há uma
diferença entre quantidade e plenitude. Você pode ter tanto
dinheiro, mas ser vazio, não há plenitude no seu coração. Não é
questão de carteira, mas de coração. Amar a Deus ‘com todo o
coração’ significa confiar n’Ele, na sua providência, e
servi-Lo nos nossos irmãos mais pobres sem esperar nada em troca”.
“Diante
das necessidades dos outros, somos chamados a nos privar de algo
essencial, não apenas do supérfluo; somos chamados a dar o tempo
necessário, não só aquilo que avança; somos chamados a dar
imediatamente e sem reserva alguns de nossos talentos, e não depois
de tê-los usados para nossas finalidades pessoais ou de grupo”.
O
Papa invocou as pessoas a pedirem ao Senhor “de nos admitir à
escola desta pobre viúva que Jesus, entre a perplexidade dos
discípulos, faz subir à cátedra e apresenta como mestra do
Evangelho vivo. Por intercessão de Maria, a mulher pobre que deu a
sua vida a Deus por nós, peçamos o dom de um coração pobre, mas
rico em uma generosidade alegre e gratuita”.
Dia de Ação de Graças
Após
a oração do Angelus o Papa Francisco recordou que neste domingo, na
Itália, se celebra o Dia de Ação de Graças, que este ano tem como
tema “O solo, o bem comum”.
“Associo-me
aos Bispos desejando que todos ajam como administradores responsáveis
de um precioso bem coletivo, a terra, cujos frutos têm um destino
universal. Eu estou próximo com gratidão ao mundo agrícola, e
encorajo a cultivar a terra de modo a preservar a fertilidade para
que produza alimento para todos, hoje e para as gerações futuras.
Neste contexto, se realiza em Roma o Dia diocesano para a salvaguarda
da criação, que este ano é enriquecido pela “Marcha pela terra.”
O
Papa recordou ainda que nesta segunda-feira, 9, terá início em
Florença, o 5º Congresso Eclesial Nacional, com a presença de
bispos e delegados de todas as dioceses italianas. Trata-se de um
evento importante de comunhão e de reflexão, ao qual “terei a
alegria de participar também,
na terça-feira, 10, depois de uma breve passagem por Prato”,
conclui o Pontífice.
Fonte:
Canção Nova
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