Francisco
iniciou a sua alocução recordando que neste deste domingo (15),
penúltimo do ano litúrgico, o Evangelho nos propõe o discurso de
Jesus sobre os últimos eventos da história da humanidade, orientada
em direção ao pleno cumprimento do Reino de Deus.
“É
um discurso, diz Francisco – que Jesus pronunciou em Jerusalém,
antes da sua última Páscoa. Ele contém alguns elementos
apocalípticos tais como a guerra, carestias, catástrofes cósmicos.
Todavia, estes elementos não constituem o essencial da mensagem. O
núcleo central em torno do qual gravita o discurso de Jesus é Ele
mesmo, o mistério da sua pessoa e da sua morte e ressurreição, é
o seu regresso ao fim dos tempos” disse o Papa Francisco.
“A
nossa meta final é o encontro com o Senhor ressuscitado. Nós não
estamos á espera de um tempo ou de um lugar, mas vamos ao encontro à
uma pessoa: Jesus”. Francisco, pergunta por conseguinte à multidão
presente na Praça de S. Pedro: “quantos de vós pensais nisto: eu
um dia hei-de me encontrar face à face com o Senhor”? Por isso,
afirma o Papa, o problema não é saber “quando” é que
acontecerão os sinais indicadores da chegada dos últimos tempos,
mas sim o essencial é para Francisco “ estarmos prontos” para
este momento, para este dia.
Mas
não se trata tão pouco, acrescenta ainda Francisco, de saber “como”
hão de acontecer estas coisas, mas sim “como devemos comportar-nos
hoje em dia enquanto esperamos por este dia”. Isto significa que
somos chamados a viver o presente, construindo o nosso futuro com
serenidade e fé em Deus.
De
fato sublinha o Papa, a parábola da figueira, recorda-nos a todos
que a perspectiva do fim dos tempos não afasta o nosso olhar da vida
presente, mas leva-nos a olhar os nossos dias numa óptica da
esperança. A esperança, disse, é a mais pequena das virtudes, a
mais difícil também de viver. E portanto ela é a grande virtude
cristã. “E a nossa esperança tem um rosto: o rosto do Senhor
Ressuscitado que vem com grande potência e glória, que manifesta o
seu amor crucificado transfigurado na ressurreição. O triunfo de
Jesus no fim dos tempos será o triunfo da Cruz, a demonstração que
o sacrifício de si próprio por amor ao próximo, à imitação de
Cristo, é a única potência vitoriosa e o único ponto de
referência no meio dos eventos e tragédias do mundo”.
Por
conseguinte, sublinha ainda Francisco, o Senhor Jesus não é só o
ponto de chegada da nossa peregrinação terrena, mas é uma presença
constante na nossa vida; por isso quando fala do futuro e nos orienta
para o futuro, é sempre para nos conduzir ao presente.
Jesus
se opõe aos falsos profetas “ do fim eminente do mundo” e do
fatalismo. Ele quer subtrair os seus discípulos de todas as épocas
históricas, da curiosidade para com as datas, as previsões, os
horóscopos e concentrar a nossa atenção sobre o hoje da história.
Ele chama-nos a atenção, isso sim, diz o Papa, à espera e à
vigilância que excluem seja a impaciência seja o permanecer
prisioneiros do tempo atual e da mundanidade. “Quantos são hoje,
pergunta ainda o Papa à multidão, os que consultam diariamente o
zodíaco?”. “Todas as vezes que tiveres a vontade de consultar o
zodíaco, acrescenta Francisco, olha para Jesus que está ao teu
lado”.
Finalmente,
Francisco recorda que também hoje, nos nossos dias não faltam
calamidades naturais e morais, nem tão pouco adversidades e
travessias de todo o gênero. Entretanto, como recorda o Senhor,
“tudo passa, só a Sua Palavra não passará e permanece como luz
que guia e orienta os nossos passos. Que a Virgem Maria nos ajude a
confiar em Jesus, Pedra angular e fundamento da nossa vida e a
perseverar com a alegria no seu amor.
Após a alocução do Angelus, Francisco falou dos tristes eventos do terrorismo que se abateram sobre a cidade francesa de Paris:
Após a alocução do Angelus, Francisco falou dos tristes eventos do terrorismo que se abateram sobre a cidade francesa de Paris:
“Desejo
exprimir a minha profunda dor e pesar pelos ataques terrorísticos
que na tarde desta sexta-feira ensanguentaram a França, causando
numerosas vítimas. Ao presidente da república Francesa e à todos
os cidadãos exprimo o meu fraterno pesar. Estou próximo, em
particular, aos familiares de quantos perderam a vida e aos feridos.
Tanta barbaridade deixa-nos sem palavras e perguntamo-nos como pode o
coração do homem projetar e realizar eventos assim tão horríveis
que abalaram não só a França mas o mundo inteiro. Perante tais
intoleráveis atos não se pode não condenar a inqualificável
afronta à dignidade da pessoa humana. Quero re-afirmar com vigor que
a estrada da violência e do ódio não resolvem os problemas da
humanidade e que utilizar o nome de Deus para justificar esta estrada
é um insulto”.
Finalmente,
Francisco convidou os presentes a rezarem, primeiro em silêncio,
individualmente, e depois, recitando juntos, o Ave Maria. Que a
Virgem Maria, Mãe da misericórdia, disse, suscite nos corações de
todos, pensamentos de sabedoria e de paz. A Ela pedimos de proteger e
de vigiar sobre a cara Nação Francesa, a primeira filha da Igreja;
sobre a Europa e sobre o mundo inteiro” disse o Papa, recordando
aos presentes que ontem em Três Pontas, no Estado brasileiro de
Minas gerais, procedeu-se à beatificação do Padre Francisco de
Paula Víctor, sacerdote brasileiro de origem africana, filho de uma
escrava.
Por
Rádio Vaticano
Fonte:
Jovens Conectados
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