Na mensagem para a Quaresma 2016, Papa convida a sair da alienação existencial e praticar obras de misericórdia
Jéssica
Marçal
Da Redação
Da Redação
A
Quaresma deste Ano Jubilar é tempo favorável para sair da alienação
existencial, diz o Papa Francisco em sua mensagem para o tempo
quaresmal. O texto foi publicado nesta terça-feira, 26, pelo
Vaticano.
O
tema central da mensagem do Papa é a misericórdia, um mistério que
se desvenda ao longo da história da aliança entre Deus e o povo de
Israel, explica Francisco. Deus sempre se mostra rico em
misericórdia, um amor que encontra seu ponto alto em Jesus, a
misericórdia encarnada.
“Em
Jesus crucificado, Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador
no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu
e afastou d’Ele”, escreve o Papa. Ele também recorda que a
misericórdia de Deus transforma o coração do homem; ao
experimentar um amor fiel, também o homem torna-se capaz de
misericórdia.
Durante
o Jubileu da Misericórdia, Francisco pede que as pessoas reflitam
sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual, que são os
atos concretos e cotidianos para ajudar o próximo. “Será uma
maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida
perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do
Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia
divina”.
O delírio da onipotência
Francisco
observa ainda na mensagem que, diante do amor de Deus, fica evidente
que a pessoa mais miserável é aquela que não se reconhece como
tal. São pessoas que se acham ricas, mas não colocam a riqueza a
serviço de Deus e dos outros, acabam tomadas pelo delírio da
onipotência.
“Tal
delírio pode assumir também formas sociais e políticas, como
mostraram os totalitarismos do século XX e mostram hoje as
ideologias do pensamento único e da tecnociência que pretendem
tornar Deus irrelevante e reduzir o homem a massa possível de
instrumentalizar”.
Com
essas reflexões, o convite do Santo Padre nessa Quaresma, no Ano da
Misericórdia, é que cada pessoa possa sair da sua alienação
existencial e praticar as obras de misericórdia, tanto corporais
quanto espirituais. É no amor de Deus, enfatiza o Papa, que está a
resposta à sede de felicidade que o homem tem a ilusão de poder
saciar com os ídolos do poder.
“Não
percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão! Pedimo-lo
pela intercessão materna da Virgem Maria, a primeira que, diante da
grandeza da misericórdia divina que Lhe foi concedida gratuitamente,
reconheceu a sua pequenez, confessando-Se a humilde serva do Senhor”.
Fonte:
Canção Nova
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