Na Missa de hoje, Papa criticou o comportamento de cristãos que, apegados ao “sempre foi assim”, acabam se fechando às surpresas do Espírito Santo
Da
Redação, com Rádio Vaticano
Papa
tem o hábito de celebrar Missas na Casa Santa Marta diariamente /
Foto: L’Osservatore Romano
Os
cristãos que param na desculpa “sempre foi assim” têm um
coração fechado às surpresas do Espírito Santo e nunca chegarão
à plenitude da verdade porque são idólatras e rebeldes. Esse foi o
ensinamento do Papa Francisco na Missa desta segunda-feira, 18, na
Casa Santa Marta.
Na
primeira leitura, Saul é rejeitado por Deus como rei de Israel
porque prefere ouvir o povo em vez da vontade do Senhor e desobedece.
O povo, depois de uma vitória na batalha, queria realizar um
sacrifício a Deus com as melhores cabeças de gado porque, diz o
povo, “sempre se fez assim”. Mas Deus, desta vez, não queria. O
profeta Samuel repreende Saul: “’O Senhor quer holocaustos e
sacrifícios ou quer a obediência à sua palavra?”.
O
Papa observou que o mesmo Jesus ensina no Evangelho: os doutores da
lei o repreendem porque seus discípulos não jejuavam como havia
sido feito até então. E Jesus responde com este princípio de vida:
“Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha; porque o
remendo novo repuxa o pano velho e o rasgão fica maior ainda.
Ninguém põe vinho novo em odres velhos; porque o vinho novo
arrebenta os odres velhos e o vinho e os odres se perdem. Por isso,
vinho novo em odres novos’!”.
“Que
isso significa? Que a lei muda? Não! Que a lei está a serviço do
homem, que por sua vez está a serviço de Deus. Por isso, o homem
deve ter o coração aberto. O ‘sempre foi feito assim’ é
coração fechado e Jesus nos disse: ‘Eu enviarei o Espírito Santo
e Ele os conduzirá até a verdade plena’. Se você tiver o coração
fechado à novidade do Espírito, jamais chegará à verdade plena! E
a sua vida cristã será uma vida metade e metade, remendada de
coisas novas, mas sobre uma estrutura que não está aberta à voz do
Senhor. Um coração fechado, porque não é capaz de mudar os
odres”.
Francisco
explicou que esse foi o pecado do Rei Saul, pelo qual foi rejeitado.
É o pecado de muitos cristãos que se prendem àquilo que sempre foi
feito e não deixam que os odres mudem. Assim, acabam com uma vida
pela metade, remendada, sem sentido, completou o Papa.
“Os
cristãos obstinados no ‘sempre foi assim’, este é o caminho,
esta é a estrada, pecam: pecam por divinização. É como se fossem
a uma cartomante. É mais importante o que foi dito e que não muda;
aquilo que eu sinto, de mim e do meu coração fechado, do que a
Palavra do Senhor. É também pecado de idolatria. E qual é o
caminho? Abrir o coração ao Espírito Santo, discernir qual é a
vontade de Deus.”
O
Santo Padre conclui a homilia enfatizando a mensagem que a Igreja
deixa no dia de hoje, que é esta palavra forte de Jesus: vinho novo
em odres novos. “Diante da novidade do Espírito e das surpresas de
Deus, os hábitos devem se renovar. Que o Senhor nos dê a graça de
um coração aberto, de um coração aberto à voz do Espírito, que
saiba discernir o que não deve mais mudar, porque é fundamento, do
que deve mudar para poder receber a novidade do Espírito Santo.”
Fonte:
Canção Nova
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