Na homilia de hoje, Papa comentou o exemplo do Rei Davi, homem santo e pecador
Da
Redação, com Rádio Vaticano
Francisco
na capela da Casa Santa Marta, onde reside e celebra Missas / Foto:
L’Osservatore Romano
Deus
não fica nas aparências, mas vê o coração, afirmou o Papa
Francisco na Missa desta terça-feira, 19, na Casa Santa Marta. O
Santo Padre destacou que também na vida dos santos há tentações e
pecados, como demonstra a própria vida de Davi, mas jamais se pode
usar Deus para vencer uma causa própria.
A
homilia teve como fio condutor a Primeira Leitura do dia, que narra a
eleição do jovem Davi como rei de Israel. O Senhor rejeita Saul
porque tinha o coração fechado, não havia obedecido ao Senhor e
pensa, portanto, em escolher outro rei. Uma escolha distante dos
critérios humanos, já que Davi era o menor dos filhos de Jessé, um
rapaz. Mas o Senhor faz o profeta Samuel entender que, para Ele, não
conta a aparência, pois Deus vê o coração.
“Nós
somos tantas vezes escravos das aparências, escravos das coisas que
aparecem e nos deixamos levar por essas coisas: ‘Mas isso parece …’
Mas o Senhor sabe a verdade. É assim esta história. Passam os sete
filhos de Jessé e o Senhor não escolhe ninguém, os deixa passar.
Samuel se encontra um pouco em dificuldade e diz ao Pai: ‘’A este
tampouco o Senhor escolheu’?’ ‘Estão aqui todos os teus
filhos?’ ‘’Resta ainda o mais novo, que está apascentando as
ovelhas’’. Aos olhos dos homens, este jovem não contava”.
Davi:
santo e pecador
Francisco
explicou que, embora não contasse para os homens, Davi foi o
escolhido de Deus, que ordenou a Samuel ungi-lo. A partir daquele
dia, toda a vida de Davi foi a de um homem ungido pelo Senhor, mas
Deus não o fez santo. O Rei Davi, explicou o Papa, é o santo Rei
Davi, isso é verdade, mas santo depois de uma longa vida, também
marcada por pecados.
“Santo
e pecador. Um homem que soube unir o Reino, soube levar adiante o
povo de Israel. Mas tinha as suas tentações… tinha seus pecados:
foi também um assassino. Para encobrir sua luxúria, o pecado de
adultério, mandou… comandou que matassem. Ele! ‘Mas o santo Rei
Davi matou?’ Mas quando Deus enviou o profeta Natã para que visse
esta realidade, porque ele não tinha se dado conta da barbárie que
havia ordenado, reconheceu: ‘pequei’. E pediu perdão”.
Assim,
a vida de Davi seguiu adiante. Sofreu na carne a traição do filho,
mas nunca usou Deus para vencer uma causa própria. Quando Davi deve
fugir de Jerusalém, devolve a Arca e declara que não usará o
Senhor em sua defesa. E quando era insultado, Davi, em seu coração,
pensava: “eu mereço”.
Não
há santo sem passado, tampouco pecador sem futuro
Depois,
destacou Francisco, chega à vida de Davi a “magnanimidade”:
poderia matar Saul, mas não o fez. Eis o santo rei Davi, grande
pecador, mas arrependido. “Me comove a vida deste homem”,
confessou o Papa, uma história que faz as pessoas pensarem em suas
vidas hoje.
“Todos
fomos escolhidos pelo Senhor para o Batismo, para estar no seu povo,
para ser santos; fomos consagrados pelo Senhor neste caminho da
santidade. Foi lendo esta vida, de um menino – aliás, não um
menino, um rapaz – de um rapaz a um idoso, que fez tantas coisas
boas e outras nem tanto, que me ocorre que no caminho cristão, no
caminho que o Senhor nos convidou a percorrer, não há nenhum santo
sem passado, tampouco um pecador sem futuro”.
FONTE:
CANÇÃO NOVA
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