O
Pontífice explicou que “assim como Cristo e sua Mãe são
inseparáveis, igualmente são inseparáveis Cristo e a Igreja”
Da
redação, com Rádio Vaticano
Nesta
quinta-feira, primeiro dia de 2015, o Papa Francisco presidiu a Missa
por ocasião da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus e pelo 48º
Dia Mundial da Paz. A celebração foi na Basílica de São Pedro, no
Vaticano.
Em
sua homilia, o Papa recordou que “nenhuma criatura viu brilhar
sobre si a face de Deus como Maria, que deu uma face humana ao Verbo
eterno, para que todos nós O pudéssemos contemplar”.
O
Pontífice reiterou que “assim como Cristo e sua Mãe são
inseparáveis”, “igualmente são inseparáveis Cristo e a
Igreja. ``
Francisco
observou que entre Cristo e sua Mãe existe uma relação
estreitíssima, como entre cada filho e sua mãe: “A carne de
Cristo foi tecida no ventre de Maria”.
Escolhida
para ser a Mãe do Redentor, Maria compartilhou intimamente toda a
sua missão, até o calvário:
“Maria
está assim tão unida a Jesus, porque recebeu d’Ele o conhecimento
do coração, o conhecimento da fé, alimentada pela experiência
materna e pela união íntima com o seu Filho. A Virgem Santa é a
mulher de fé, que deu lugar a Deus no seu coração, nos seus
projetos; é a crente capaz de individuar no dom do Filho a chegada
daquela ‘plenitude do tempo’ (Gl 4, 4) na qual Deus, escolhendo o
caminho humilde da existência humana, entrou pessoalmente no sulco
da história da salvação. Por isso, não se pode compreender Jesus
sem a sua Mãe”.
Igualmente
inseparáveis são Cristo e a Igreja – disse o Papa – observando
que não se pode compreender a salvação realizada por Jesus sem
considerar a maternidade da Igreja:
“Separar
Jesus da Igreja seria querer introduzir uma ‘dicotomia absurda’,
como escreveu o Beato Paulo VI. Não é possível ‘amar a Cristo,
mas sem amar a Igreja, ouvir Cristo mas não a Igreja, ser de Cristo
mas fora da Igreja’. Na verdade, é precisamente a Igreja, a grande
família de Deus, que nos traz Cristo. A nossa fé não é uma
doutrina abstrata nem uma filosofia, mas a relação vital e plena
com uma pessoa: Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus que Se fez
homem, morreu e ressuscitou para nos salvar e que está vivo no meio
de nós. Onde podemos encontrá-Lo? Encontramo-Lo na Igreja. É a
Igreja que diz hoje: ‘Eis o Cordeiro de Deus'; é a Igreja que O
anuncia; é na Igreja que Jesus continua a realizar os seus gestos de
graça que são os sacramentos”.
Francisco
afirmou que a ação e missão da Igreja exprimem a sua maternidade:
“Na
verdade, ela é como uma mãe que guarda Jesus com ternura, e O dá a
todos com alegria e generosidade. Nenhuma manifestação de Cristo,
nem sequer a mais mística, pode jamais ser separada da carne e do
sangue da Igreja, da realidade histórica concreta do Corpo de
Cristo. Sem a Igreja, Jesus Cristo acaba por ficar reduzido a uma
ideia, a uma moral, a um sentimento. Sem a Igreja, a nossa relação
com Cristo ficaria à mercê da nossa imaginação, das nossas
interpretações, dos nossos humores”.
Maria,
disse o Papa, é “aquela que abre a estrada da maternidade da
Igreja e sempre sustenta a sua missão materna destinada a todos os
homens. O seu testemunho discreto e materno caminha com a Igreja
desde as origens. Ela, Mãe de Deus, é também Mãe da Igreja e, por
intermédio dela, é Mãe de todos os homens e de todos os povos”.
Ao
concluir, o Pontífice recordou o Dia Mundial da Paz, celebrado no 1º
dia do ano, pedindo que “o Senhor dê paz a estes nossos dias: paz
nos corações, paz nas famílias, paz entre as nações”.
Ao
recordar o tema deste ano “Já não escravos, mas irmãos”,
Francisco disse:
“Todos
somos chamados a ser livres, todos chamados a ser filhos; e cada um
chamado, segundo as próprias responsabilidades, a lutar contra as
formas modernas de escravidão. Nós todos, de cada nação, cultura
e religião, unamos as nossas forças. Que nos guie e sustente Aquele
que, para nos tornar irmãos a todos, Se fez nosso servo”.
Fonte:
Canção Nova
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