Para
Cantalamessa, encaradas sob a ótica da caridade, a diversidade
das Igrejas do Oriente e do Ocidente passam a ser riqueza e não
ameaça ou erro
Da
redação, com Rádio Vaticano
Papa
Francisco participou nesta sexta-feira, 20, das meditações da
terceira pregação da Quaresma do Pregador da Casa Pontifícia, Frei
Raniero Cantalamessa, na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano.
Com
o título “Oriente e Ocidente perante o Mistério do Espírito
Santo”, Frei Cantalamessa dividiu o tema em três contextos: “Rumo
ao acordo sobre o Filioque”, “Rumo a uma nova síntese” e “O
Espírito da Verdade e o Espírito da Caridade”.
“Filioque”
(A
cláusula “Filioque” refere-se a um ponto de controvérsia sobre
a procedência do Espírito Santo, se procede somente do Pai, ou do
Pai e do Filho.)
Na
primeira parte, a meditação recorda que o ponto de maior atrito
entre Ocidente e Oriente, durante séculos, foi “a doutrina sobre a
origem do Espírito Santo no seio da Trindade”. O motivo dos
desentendimentos era o conceito de Filioque.
Para
explicar a origem do termo e suas implicações, Padre Cantalamessa
percorre um período histórico que vai desde a definição da fé da
Igreja no Espírito Santo no Concílio de Constantinopla, passa pelas
discussões sobre o tema no mundo latino – que é quando aparece o
termo Filioque – até o atual Catecismo da Igreja Católica.
Nova
síntese
A
seguir, ao propor novos diálogos, Frei Cantalemessa afirma que este
não deve limitar-se a resolver dificuldades do passado, e sim abrir
novas perspectivas sobre a ciência do Espírito.
“A
maior novidade na pneumatologia atual não consiste apenas em
finalmente se encontrar um acordo sobre o Filioque, mas em partir das
Escrituras rumo a uma síntese mais ampla, com uma gama de questões
mais ampla e menos condicionada pela história passada”, refletiu o
pregador da Casa Pontifícia.
Verdade
e Caridade
As
meditações passam ao Novo Testamento para abordar o Espírito da
Verdade e da Caridade à luz do Cristo descrito pelos Evangelistas.
“Como no caso da doutrina sobre Cristo, também estas diversas
ênfases sobre o Espírito Santo permanecem na tradição, e, mais
uma vez, o Oriente reflete de modo predominante a perspectiva de João
e o Ocidente a de Paulo”, contextualizou Frei Cantalamessa ao
enfatizar que no Oriente o “Espírito luz” teve mais destaque
enquanto o Ocidente se concentrou no “Espírito amor”.
As
meditações enaltecem ainda a capacidade da caridade em multiplicar
os carismas e, assim, elevar Cristo ao centro, e não nós mesmos.
“Ela é o caminho mais excelente, ela me faz amar o corpo de
Cristo”, refletiu o Pregador da Casa Pontifícia.
Por
fim, sobre a diversidade das Igrejas do Oriente e do Ocidente, as
meditações propõe que, se encaradas sob a ótica da caridade,
deixa de ser uma ameaça ou erro, mas riqueza que a todos pode
alegrar. Clique para acessar à íntegra das meditações.
Fonte:
Canção Nova
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