Homilia
do Santo Padre foi concentrada no perdão de Deus; Francisco
diferenciou “pedir perdão” e “pedir desculpa” e destacou
necessidade de saber perdoar
Da
Redação, com Rádio Vaticano
Francisco
explica a dinâmica do perdão: arrepender-se, pedir perdão e saber
perdoar / Foto: L’Osservatore Romano
Para
pedir perdão a Deus, é preciso seguir o ensinamento do “Pai-Nosso”:
arrepender-se com sinceridade dos próprios pecados, sabendo que Deus
perdoa sempre. Foi o que reiterou o Papa Francisco durante a homilia
da Missa celebrada nesta terça-feira, 10, na Casa Santa Marta.
Deus
é onipotente, mas também a sua onipotência, de certo modo, se
detém diante da porta fechada de um coração que não pretende
perdoar quem o feriu. O Papa se inspirou no Evangelho do dia, em que
Jesus explica a Pedro que é preciso perdoar “setenta vezes sete”,
que equivale a “sempre”, para reafirmar que o perdão de Deus ao
homem e o perdão do homem aos outros estão estreitamente
relacionados.
Francisco
explicou que tudo parte de como a pessoa, antes de todos, se
apresenta a Deus para pedir perdão. O exemplo do Papa é extraído
da Leitura do dia, que mostra o Profeta Azarias invocando clemência
pelo pecado do seu povo, que está sofrendo, mas também é culpado
por ter “abandonado a lei do Senhor”. Azarias, indicou Francisco,
não protesta, não se lamenta diante de Deus pelos sofrimentos; pelo
contrário, reconhece os erros do povo e se arrepende.
“Pedir
perdão é outra coisa, é diferente de pedir desculpa. Eu erro? Mas
me desculpe, errei… Pequei! Não tem nada a ver uma coisa com
outra. O pecado não é um simples erro. O pecado é idolatria, é
adorar o ídolo, o ídolo do orgulho, da vaidade, do dinheiro, do “eu
mesmo, do bem-estar… Tantos ídolos que nós temos. E, por isso,
Azarias não pede desculpas: pede perdão”.
O
perdão deve ser pedido com sinceridade, com o coração, e de
coração deve ser doado a quem cometeu um deslize destacou o Papa.
Como o patrão da parábola contada por Jesus, que perdoa um grande
débito movido pela compaixão diante das súplicas de um dos seus
servos. E não como aquele mesmo servo faz com outro servo,
tratando-o sem piedade e mandando-o à cadeia, mesmo que a dívida
fosse irrisória. A dinâmica do perdão – recordou o Papa – é
aquela ensinada por Jesus no “Pai-Nosso”.
“Jesus
nos ensina a rezar ao Pai assim: ‘Perdoa os nossos pecados assim
como nós perdoamos a quem nos tem ofendido’. Se eu não sou capaz
de perdoar, não sou capaz de pedir perdão. ‘Mas, padre, eu me
confesso, vou ao confessionário…’. ‘E o que faz antes de se
confessar?’. ‘Mas, eu penso nas coisas que fiz de mal…’.
‘Tudo bem’. ‘Peço perdão ao Senhor e prometo não fazer de
novo…’. “Certo. E depois vai até ao sacerdote? Antes, porém,
falta algo: perdoou a quem lhe fez mal?”.
Em
poucas palavras, Francisco retomou o pensamento: o perdão que Deus
lhe dará requer o perdão que você dará aos outros.
“Este
é o discurso que Jesus nos ensina sobre o perdão. Primeiro: pedir
perdão não é um simples pedido de desculpas, é ter consciência
do pecado, da idolatria que eu perpetrei, das tantas idolatrias.
Segundo: Deus sempre perdoa, sempre. Mas pede que eu perdoe. Se eu
não perdoo, em um certo modo fecho as portas ao perdão de Deus.
‘Perdoa os nossos pecados assim como nós perdoamos a quem nos tem
ofendido’”.
Fonte:
Canção Nova
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