Na
missa desta segunda-feira, 9, Francisco refletiu sobre o estilo
simples que Deus age na vida de seus filhos
Da
Redação, com Rádio Vaticano
Francisco
explica que Deus não age por meio de espetáculo, mas com
simplicidade / Foto: L’Osservatore Romano
Na
missa celebrada na manhã desta segunda-feira, 9, na Casa Santa
Marta, o Papa Francisco comentou o Evangelho do dia (Lc 4, 24-30) e
ressaltou o trecho em que Jesus repreende os habitantes de Nazaré
pela falta de fé.
“Naquele
momento, entre as pessoas que ouviam com prazer o que Jesus dizia,
um, dois ou três não gostaram do que Ele disse, e um falador se
levantou e afirmou: ‘Mas o que esta pessoa está falando? Onde
estudou para nos dizer essas coisas? Que nos mostre o diploma! Em
qual Universidade estudou? Ele é o filho do carpinteiro e o
conhecemos bem’. E começou a fúria, e também a violência. E o
expulsaram da cidade e o conduziram até o cume da colina. E queriam
jogá-lo lá de cima”.
Já
a primeira leitura fala de Naamã que era comandante do exército
sírio e tinha lepra. O Profeta Eliseu disse a ele para se banhar
sete vezes no rio Jordão, ele também fica indignado porque pensava
num gesto maior. Depois ouve o conselho dos servos, faz o que disse o
Profeta e a lepra desaparece.
O
Papa explicou que tanto os habitantes de Nazaré, como os de Naamã,
“queriam um show”, mas que “o estilo do bom Deus não é dar
show: Deus atua na humildade, no silêncio, nas coisas pequenas”.
Ele disse que é possível observar isso em toda a história da
salvação, a partir da Criação, em que o Senhor não pegou “a
varinha mágica”, mas criou o homem com o barro.
“Quando
Ele quis libertar o seu povo, libertou-o pela fé e a confiança de
um homem, Moisés. Quando Ele quis fazer cair a poderosa cidade de
Jericó, o fez através de uma prostituta. Também para a conversão
dos samaritanos, pediu o trabalho de outra pecadora. Quando Ele
enviou Davi para lutar contra Golias, parecia loucura: o pequeno Davi
diante do gigante, que tinha uma espada, tinha muitas coisas, e Davi
apenas uma funda e pedras. Quando disse aos magos, que tinha nascido
o Rei, o Grande Rei, o que eles encontram? Uma criança, uma
manjedoura. As coisas simples, a humildade de Deus, este é o estilo
divino, jamais um show”.
O
Papa recordou também que uma das três tentações de Jesus no
deserto foi o “show”. Satanás o convida a lançar-se do ponto
mais alto do Templo porque vendo o milagre as pessoas acreditariam
n’Ele.
“O
Senhor, ao invés disso, se revela na simplicidade, na humildade”,
explica Francisco. Ao concluir, o Papa disse que fará bem nesta
Quaresma que cada um pense em sua vida, em como o Senhor ajudou e fez
cada um seguir em frente, e então será possível descobrir que Ele
fez isso por meio de coisas simples.
“Assim
age o Senhor: faz as coisas de forma simples. Fala-nos
silenciosamente ao coração. Recordamos na nossa vida as muitas
vezes que ouvimos essas coisas: a humildade de Deus é o seu estilo;
a simplicidade de Deus é o seu estilo. E também na liturgia, nos
sacramentos, que bonito é que se manifeste a humildade de Deus e não
o show mundano. Irá nos fazer bem percorrer a nossa vida e pensar
nas muitas vezes em que o Senhor nos visitou com sua graça, e sempre
com esse estilo humilde, o estilo que também Ele nos pede para ter:
a humildade”.
Fonte:
Canção Nova
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