Assessor
da Comissão de Liturgia da CNBB ressalta que a Igreja valoriza
a piedade popular, pois expressa a fé simples do povo simples
Monique
Coutinho
Da Redação
Da Redação
Procissão
do encontro, encenação da Paixão de Cristo e Vigília Pascal são
celebradas todos os anos na Semana Santa / Foto: Montagem –
Arquivo CN
Católicos
do mundo inteiro vivenciam a semana mais importante para sua fé:
a Semana Santa. O ápice é o chamado Tríduo Pascal, que começou
nesta quinta-feira, 2, e termina no sábado, 4, com a Vigília Pascal
à espera do domingo de Páscoa. Ao longo de toda a Semana, várias
são as celebrações religiosas, já de tradição
popular, para recordar a paixão, morte e ressurreição de Jesus
Cristo.
Além
das celebrações universais, como a Missa do Crisma, Missa de
Lava Pés e Vigília Pascal, existem também práticas de cada
região, como procissão do fogaréu, conhecida também como a Noite
da Prisão, procissão do enterro e a malhação de Judas. Através
dessas diferentes atitudes, os fiéis encontram maneiras para
expressar a fé e se aproximar cada vez mais do Ressuscitado.
De
acordo com o Assessor da Comissão de Liturgia da CNBB, frei Faustino
Paludo, no contexto social cristão, as inúmeras manifestações da
religiosidade popular expressam o sentimento religioso das pessoas.
“Em muitas situações, [as manifestações] traduzem a
identificação do povo ou das pessoas sofredoras com Jesus sofredor
e crucificado, condenado injustamente”.
Frei
Faustino ressalta que a Igreja dá grande valor à piedade
popular, pois esta expressa a fé simples do povo simples.
Frei
Faustino comenta importância da religiosidade popular na Semana
mais importante da fé católica / Foto: Arquivo
“Esta
maneira de expressar a fé está presente de diversas formas em todos
os setores sociais, em uma multidão que merece nosso respeito e
carinho, porque sua piedade reflete uma sede de Deus que somente os
pobres e simples podem conhecer”.
Tríduo
Pascal
As
celebrações tradicionais da Igreja Católica nesse tempo mantêm
vivo aquilo que é a essência da fé na paixão, morte e
ressurreição de Jesus. Cada celebração é marcada por uma
peculiaridade. O Domingo de Ramos, por exemplo, celebra a entrada
festiva de Jesus em Jerusalém. Já a Missa do Crisma é uma
celebração tradicional para abençoar os óleos que serão
utilizados nos sacramentos do Batismo, Crisma e Unção dos Enfermos.
O grande ápice é o Tríduo Pascal, que se divide em três partes:
*
A Última Ceia, recordada na Missa do Lava-Pés, na quinta-feira,
quando se faz memória da instituição da Eucaristia;
* A Celebração da Paixão do Senhor, na sexta-feira, dia de meditação sobre o sofrimento e a morte de Cristo;
* A Vigília Pascal, que vai de sábado à noite até o amanhecer do domingo de Páscoa.
* A Celebração da Paixão do Senhor, na sexta-feira, dia de meditação sobre o sofrimento e a morte de Cristo;
* A Vigília Pascal, que vai de sábado à noite até o amanhecer do domingo de Páscoa.
Além
do Tríduo Pascal, é comum a realização de vias-sacras e
encenações da Paixão de Cristo. De acordo com Frei Faustino,
são nas Paróquias que se realizam com maior ênfase as procissões,
as via-sacras e as encenações da condenação e morte de Jesus.
“Estas ocupam as praças e ruas das cidades. Na Sexta-Feira Santa,
o mais importante é a Liturgia centrada na narração da Paixão do
Senhor, na Veneração da Cruz e nas Orações Universais”.
Essência
da fé
Neste
período sagrado para os católicos, deve-se prestar atenção
nas formas expressivas da cultura popular. Frei Faustino explica
que há comunidades e grupos que aproveitam essas celebrações para
fazer uma releitura de vida, mas há também pessoas mais leigas para
quem tais manifestações “podem ser vistas como uma bela peça de
teatro para se assistir”, diz.
No
que se refere à Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa e Sábado
Santo, frei Faustino explica que houve uma progressiva compreensão
do seu sentido teológico e das suas expressões rituais. O Tríduo e
a Vigília Pascal também têm sua importância reconhecida.
Porém,
o religioso alerta sobre o esvaziamento dessa essência, gerando
um vazio que é preenchido por iniciativas particulares e
devoções ou por expressões da piedade popular, nem sempre com o
devido cuidado de fazer coexistir liturgia e práticas de piedade no
respeito à hierarquia dos valores e da natureza específica de
ambas. Logo, ele diz que as paróquias precisam redobrar o empenho na
preparação e realização das ações litúrgicas dos mistérios da
Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.
“Ter
bem presente a importância da participação dos cristãos
que, iluminados pela Palavra de Deus, em atitude orante, mergulharão
nos mistérios fundamentais da fé cristã. A liturgia bem preparada
e celebrada, como diz a Sacrosanctum
Concilium,
por ritos e preces, tem toda uma pedagogia de conduzir e alimentar a
vida de fé das pessoas que dela participam”.
Fonte:
Canção Nova
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