Santo
Padre retomou, hoje, as Missas na Casa Santa Marta após o período
pascal; na homilia, atenção para a necessidade de a Igreja ter a
coragem de dizer o que deve ser dito
Da
Redação, com Rádio Vaticano
O
caminho da Igreja é aquele da franqueza, de dizer as coisas com
liberdade. Essas foram palavras do Papa Francisco ao retomar, nesta
segunda-feira, 13, as Missas na Casa Santa Marta. O fio condutor da
homilia do Pontífice foi uma afirmação de Pedro a João na
Primeira Leitura do dia: “Não podemos deixar de falar das coisas
que vimos e ouvimos”.
O
Pontífice recordou que Pedro e João, depois de realizarem um
milagre, foram presos e ameaçados pelos sacerdotes para que não
falassem mais em nome de Jesus. Mas eles não se amedrontaram e,
quando voltaram junto dos seus irmãos, os encorajaram a proclamar a
Palavra de Deus “com franqueza”. E pediram ao Senhor que
considerasse as ameaças recebidas e concedesse a seus servos
anunciar a palavra com intrepidez.
“Também
hoje a mensagem da Igreja é a mensagem do caminho da franqueza, do
caminho da coragem cristã. Esses dois discípulos simples e
iletrados – como diz a Bíblia – foram intrépidos. Uma palavra
que se pode traduzir com ‘coragem’, ‘franqueza’, ‘liberdade
de falar’, ‘não ter medo de dizer as coisas’. É uma palavra
que tem muitos significados no original. A parresia, aquela
franqueza. E do temor passaram à ‘franqueza’, a dizer as coisas
com liberdade”.
Francisco
comentou também o trecho do Evangelho do dia, que narra o diálogo
“um pouco misterioso” entre Jesus e Nicodemos, sobre “o segundo
nascimento”, sobre ter uma nova vida diferente da primeira.
O
Papa destacou que também nesta narração, neste itinerário da
franqueza, o verdadeiro protagonista é o Espírito Santo, porque Ele
é o *único capaz de dar a graça da coragem de anunciar o Cristo.
“Esta
coragem do anúncio é o que nos distingue do simples proselitismo.
Nós não fazemos publicidade, diz Jesus Cristo, para ter mais
‘sócios’ na nossa ‘sociedade espiritual’, não? Isso não
serve. Não serve, não é cristão. Aquilo que o cristão faz é
anunciar com coragem; e o anúncio de Jesus Cristo provoca, por meio
do Espírito Santo, aquela surpresa que nos faz seguir em frente”.
É
o Espírito, acrescentou Francisco, que dá essa força a esses
homens simples e sem instrução, como Pedro e João, essa força de
anunciar Jesus Cristo até o testemunho final: o martírio.
“A
estrada da coragem cristã é uma graça que o Espírito Santo doa.
Existem tantas estradas que podemos percorrer, e que também nos dão
uma certa coragem. ‘Vejam que corajoso, que decisão tomou! E veja
esse, como realizou bem um plano, organizou as coisas, muito bem’:
isso ajuda, mas é instrumento de uma coisa maior: o Espírito. Se
não há o Espírito, podemos fazer tantas coisas, muito trabalho,
mas não serve a nada”.
A
Igreja, conclui o Papa, depois da Páscoa, prepara os fiéis para
receber o Espírito Santo. Para isso, a sua exortação final foi
para que os fiéis possam recordar toda a História da Salvação e
pedir a graça de receber o Espírito, a fim de que tenham a
verdadeira coragem para anunciar Jesus Cristo.
Fonte:
Canção Nova
Nenhum comentário:
Postar um comentário