Na catequese de hoje, Papa levou aos fiéis o conforto da misericórdia de Deus, que leva à verdadeira justiça e quer a salvação de todos
Jéssica
Marçal
Da Redação
Da Redação
Deus
é misericórdia infinita e justiça perfeita, não quer a condenação
de ninguém, mas a salvação de todos. Essas foram palavras do Papa
Francisco na catequese desta quarta-feira, 3, na Praça São Pedro.
O
Santo Padre explicou que pode parecer uma realidade contraditória
Deus ser misericórdia e justiça, mas não existe contradição. “É
justamente a misericórdia de Deus leva ao cumprimento da verdadeira
justiça”.
Não
se trata, disse o Papa, da justiça dos tribunais; esse caminho não
leva à verdadeira justiça porque não vence o mal. “Só
respondendo com o bem que o mal pode ser realmente vencido”.
Já
a Bíblia indica o caminho-mestre a percorrer para fazer justiça:
prevê que a vítima se dirija diretamente ao culpado para convidá-lo
à conversão, ajudando a entender que está fazendo o mal, apelando
à sua consciência. “O coração se abre ao perdão que lhe é
oferecido”, disse o Papa, acrescentando que este é o modo de
resolver os contrastes dentro das famílias, nas relações entre
pais e filhos.
Deus e o pecador
O
Pontífice reconheceu que este é um caminho difícil, requer que a
pessoa que sofreu o mal esteja disposta a perdoar e deseje o bem e a
salvação de quem o ofendeu. “Mas somente assim a justiça pode
triunfar, porque se o culpado reconhece o mal feito e deixa de
fazê-lo, não tem mais o mal e aquele que era injusto se torna
justo, porque perdoado e ajudado a retomar o caminho do bem”.
É
assim que Deus age com o pecador, afirmou o Papa. Deus oferece o seu
perdão e ajuda o homem a acolhê-lo, a tomar consciência do mal
para poder libertar, porque Deus não quer a condenação, mas a
salvação. “Deus não quer a condenação de ninguém, de ninguém.
Alguém poderia me dizer: ‘mas, padre, a condenação de Pilatos
foi merecida, Deus a queria. Não, Deus queria salvar Pilatos, também
Judas, todos. Ele, o Senhor da Misericórdia, quer salvar todos, o
problema é deixar que Ele entre no coração”.
Padre, figura do Pai no confessionário
O
coração de Deus, conforme lembrou Francisco, é um coração de Pai
que ama e quer que seus filhos vivam no bem e na justiça. “Um
coração de Pai que vai além do nosso pequeno conceito de justiça
para nos abrir aos horizontes sem fim da sua misericórdia. Um
coração de Pai que não nos trata segundo os nossos pecados e não
nos repara segundo as nossas culpas”.
É
precisamente um coração de Pai que as pessoas buscam quando vão ao
confessionário, observou o Papa. Lá elas querem encontrar um pai
que ajude a mudar de vida, que dê a força de ir adiante, que perdoe
em nome de Deus. “Por isso, ser confessor é uma responsabilidade
tão grande, tão grande, porque aquele filho ou filha que vem a você
só quer encontrar um pai. E você, padre, que está ali no
confessionário, está ali no lugar do Pai que faz justiça com a sua
misericórdia”.
Fonte:
Canção Nova
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