Papa abordou questão da criminalidade na Missa no Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe
Da
redação, com Rádio Vaticano
Papa
Francisco durante a Missa no Santuário de Nossa Senhora de
Guadalupe, no México./ Foto: Reprodução CTV
“O
santuário de Deus é a vida dos seus filhos, especialmente dos
jovens sem futuro e dos idosos sem reconhecimento”, disse o Papa na
Missa celebrada, neste sábado, 13, no Santuário de Nossa Senhora de
Guadalupe, num dos eventos mais aguardados desta sua 12ª viagem
apostólica internacional, qual peregrino da misericórdia e da paz
em terras mexicanas.
Uma
visita à casa da Mãe expressamente desejada pelo Pontífice. De
fato, o motivo principal da visita de Francisco ao México era
venerar o ícone de Nossa Senhora de Guadalupe, diante do qual se
deteve longamente em oração após a Santa Missa.
“O
santuário de Deus são as nossas famílias que precisam do mínimo
necessário para se poderem formar e sustentar. O santuário de Deus
é o rosto de tantos que encontramos no nosso caminho”, afirmou o
Pontífice.
Nossa Senhora nos visita
Partindo
do Evangelho da liturgia própria da Santíssima Virgem de Guadalupe,
Francisco havia iniciado a homilia recordando o episódio da visita
de Nossa Senhora a sua prima Isabel para traçar em seguida a figura
de Maria como a mulher do sim, um sim de entrega a Deus e aos irmãos.
“Escutar
essa passagem do Evangelho, nesta casa, tem um sabor especial. Maria,
a mulher do sim, também quis visitar os habitantes desta terra da
América na pessoa do índio São Juan Diego. Assim como se moveu
pelas estradas da Judeia e da Galileia, da mesma forma alcançou
Tepeyac, com as suas roupas, usando a sua língua, para servir esta
grande nação. Assim como acompanhou a gravidez de Isabel,
acompanhou e acompanha a gestação desta abençoada terra mexicana.”
Francisco
acrescentou que também hoje Maria continua a fazer-se presente junto
de todos nós, especialmente daqueles que sentem que «não valem
nada».
Referindo-se
à apresentação de Maria ao humilde Juanito, o Papa disse que
“naquela madrugada de dezembro de 1531, tinha lugar o primeiro
milagre que se tornará depois a memória viva de tudo o que guarda
este Santuário. Naquele amanhecer, naquele encontro, Deus despertou
a esperança de seu filho Juan, a esperança do seu povo”.
“Naquele
amanhecer, Deus aproximou-se e aproxima-se do coração atribulado,
mas resistente, de tantas mães, pais, avós que viram os seus filhos
partirem, viram-nos perdidos ou mesmo arrebatados pela
criminalidade.”
Na
construção do outro santuário – o santuário da vida, o das
nossas comunidades, sociedade e culturas –, ninguém pode ser
deixado de fora. “Todos somos necessários – observou o Papa –,
sobretudo aqueles que normalmente não contam, porque não estão à
altura das circunstâncias ou não contribuem com o capital
necessário para a sua construção.”
“O
santuário de Deus é a vida dos seus filhos, de todos e em todas as
condições, especialmente dos jovens sem futuro, expostos a uma
infinidade de situações dolorosas e arriscadas, e dos idosos sem
reconhecimento, esquecidos em tantos cantos. O santuário de Deus são
as nossas famílias, que precisam do mínimo necessário para se
formar e sustentar. O santuário de Deus é o rosto de tantos que
encontramos no nosso caminho.”
As lágrimas dos que sofrem não são estéreis
Após
citar um Hino Litúrgico dedicado a Maria, que expressa a proteção
consoladora da Virgem, Francisco lembrou as palavras asseguradoras da
Mãe, que nos dão a certeza de que “as lágrimas daqueles que
sofrem, não são estéreis. São uma oração silenciosa que sobe
até ao céu e que, em Maria, encontra sempre lugar sob o seu manto”.
N’Ela e com Ela, Deus faz-se irmão e companheiro de estrada,
carrega conosco as cruzes para não deixar as nossas dores
esmagar-nos.
Francisco
concluiu ressaltando que também hoje Maria volta a enviar-nos; hoje
repete para nós: “Sê o meu mensageiro, sê o meu enviado para
construir muitos santuários novos, acompanhar tantas vidas, consolar
tantas lágrimas”:
“Sê
o meu mensageiro – diz-nos – dando de comer aos famintos, de
beber aos sedentos; oferece um lugar aos necessitados, veste os nus e
visita os doentes. Socorre os prisioneiros, perdoa a quem te fez mal,
consola quem está triste, tem paciência com os outros e sobretudo
implora e invoca o nosso Deus.”
Os
milhares de fiéis e peregrinos presentes, mais de 40 mil ao todo,
viveram com grande emoção e participação a visita do Papa
Francisco ao maior santuário mariano do mundo, todos os anos
visitado por vinte milhões de peregrinos. A celebração marcou o
ponto alto e último compromisso deste primeiro dia de atividades do
Santo Padre em terras mexicanas.
Fonte:
Canção Nova
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