Na Missa de hoje, Papa se concentrou na diferença entre dizer e fazer, alertando fiéis sobre o risco de ser “cristão de aparência”
Da
Redação, com Rádio Vaticano
Depois
da viagem ao México, o Papa Francisco retomou nesta terça-feira,
23, a celebração da Missa na Casa Santa Marta. Na homilia de hoje,
frisou que o cristianismo é uma religião concreta, que age fazendo
o bem, não uma “religião do dizer”, feita de hipocrisia e
vaidade.
Deus
é concreto, afirmou, mas são muitos os cristãos de aparência, que
fazem da pertença à Igreja um adorno sem compromisso, uma ocasião
de prestígio, ao invés de uma experiência de serviço aos mais
pobres.
O
Papa se concentrou na dialética evangélica entre o dizer e o fazer.
A ênfase recai sobre as palavras de Jesus, que desmarcara a
hipocrisia dos escribas e fariseus, convidando os discípulos e a
multidão a observarem aquilo que eles ensinam, mas não a se
comportarem como eles.
“O
Senhor nos ensina o caminho do fazer. E quantas vezes encontramos
pessoas – também nós, eh! – na Igreja: ‘Oh, sou muito
católico!’. ‘Mas o que você faz?’ Quantos pais se dizem
católicos, mas nunca têm tempo para falar com os próprios filhos,
para brincar com eles, para ouvi-los. Talvez seus pais estejam num
asilo, mas estão sempre ocupados e não podem ir visitá-los e os
abandonam. ‘Mas sou muito católico, eh! Eu pertenço àquela
associação’. Esta é a religião do dizer: eu digo que sou assim,
mas faço mundanidade”.
O
“dizer e não fazer”, segundo o Papa, é uma enganação. As
palavras de Isaías, destacou, indicam o que Deus prefere: “Deixai
de fazer o mal, aprendei a fazer o bem”. “Socorrei o oprimido,
fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva”. E
demonstram também a infinita misericórdia de Deus, que diz à
humanidade: “Vinde, debatamos. Ainda que vossos pecados sejam como
púrpura, tornar-se-ão brancos como a neve”.
Fazer a vontade de Deus
“A
misericórdia do Senhor vai ao encontro daqueles que têm a coragem
de discutir com Ele, mas discutir sobre a verdade, sobre as coisas
que fazem ou não fazem, só para corrigir. E este é o grande amor
do Senhor, nesta dialética entre o dizer e o fazer. Ser cristão
significa fazer: fazer a vontade de Deus. E, no último dia –
porque todos nós teremos um, né? – naquele dia, o que o Senhor
nos pedirá? Dirá: ‘O que disseram de mim?’. Não! Ele nos
perguntará sobre as coisas que fizemos”.
Neste
ponto, o Papa mencionou o capítulo do Evangelho de Mateus sobre o
juízo final, quando Deus pedirá contas ao homem sobre o que fez em
relação aos famintos, sedentos, encarcerados, estrangeiros. “Esta
é a vida cristã. Dizer, somente, nos leva à vaidade, a fazer de
conta de ser cristão. Mas não, não se é cristão assim”.
“Que
o Senhor nos dê esta sabedoria de entender bem aonde está a
diferença entre dizer e fazer e nos ensine o caminho do fazer e nos
ajude a percorrê-lo, porque o caminho do dizer nos leva ao lugar
aonde estavam os doutores da lei, os clérigos, que gostavam se
vestir e ser como majestades, não? E esta não é a realidade do
Evangelho! Que o Senhor nos ensine este caminho”.
Fonte:
Canção Nova
Nenhum comentário:
Postar um comentário