Na Missa de hoje, Papa lembrou o sofrimento de Jesus que trouxe salvação para a humanidade
Da
Redação, com Rádio Vaticano
O
dia do Papa Francisco, nesta terça-feira, 15, começou com a
celebração da Missa na Casa Santa Marta. Na homilia, ele falou do
sofrimento de Jesus, que trouxe a salvação para a humanidade, de
forma que o crucifixo é o símbolo desse aniquilamento, não um
simples ornamento.
Francisco
falou de um animal que, na Bíblia, refere-se à história da
salvação: a serpente. Trata-se do primeiro animal citado no Gênesis
e o último no Apocalipse. Um animal que, nas Escrituras, é símbolo
poderoso de danação e misteriosamente, afirmou o Papa, de redenção.
Para
explicar esse simbolismo, o Pontífice entrelaçou a leitura extraída
do Livro dos Números com o trecho do Evangelho de João. A primeira
contém o célebre passo do povo de Israel que, cansado de vagar pelo
deserto com pouco comida, insulta Deus e Moisés. Também aqui os
protagonistas são as serpentes, por duas vezes. Primeiramente, são
lançadas do céu contra o povo infiel, que semeiam medo e morte até
que a multidão implore a Moisés que peça perdão. Depois, entra em
cena outra serpente.
“Deus
diz a Moisés: ‘Faze uma serpente abrasadora (de bronze) e coloca-a
como sinal sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela
viverá’. É misterioso: O Senhor não deixa as serpentes morrerem.
Mas se uma delas fizer mal a uma pessoa, se esta olhar para aquela
serpente de bronze se curará.”
O
verbo “elevar”, ao contrário, está no centro do duro confronto
entre Cristo e os fariseus descrito no Evangelho. A um certo ponto,
Jesus afirma: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, estão
sabereis que EU SOU. Antes de mais nada, pontua Francisco, “EU SOU”
é também o nome que Deus havia dado a Si mesmo a Moisés para que
comunicasse aos israelitas. E ainda, acrescenta o Papa, existe aquela
expressão que retorna: “Elevar o Filho do Homem”.
“A
serpente é símbolo do pecado. A serpente mata, mas é ela quem
salva; esse é o mistério de Cristo. Paulo, falando desse mistério,
diz que Jesus esvaziou a si mesmo, humilhou a si mesmo, aniquilou-se
para nos salvar. É ainda mais forte: ‘Fez-se pecado’. Usando
esse símbolo, fez-se serpente. Essa é a mensagem profética das
leituras de hoje. O Filho do Homem, que como uma serpente, ‘feito
pecado’, é elevado para nos salvar”.
Esta,
diz o Papa, é a história da redenção, a história do amor de
Deus. “Se nós quisermos conhecer o amor de Deus, olhemos para o
crucifixo: um homem torturado, um Deus esvaziado da divindade, sujo
pelo pecado”. Mas um Deus que, aniquilando-se, destrói para sempre
o verdadeiro nome do mal, aquele que o Apocalipse chama “a serpente
antiga”.
“O
pecado é obra de satanás e Jesus o vence ‘fazendo-se pecado’ e
de lá eleva todos nós. O crucifixo não é um ornamento, não é
uma obra de arte, com tantas pedras preciosas, como se vê por aí: o
Crucifixo é o Mistério do ‘aniquilamento’ de Deus, por amor.
Aquela serpente, que no deserto profetiza a salvação: elevado, e
quem quer que a olhe será curado. E isso não foi feito com a
varinha mágica de um deus que faz coisas. Não! Foi feito com o
sofrimento do Filho do Homem, com o sofrimento de Jesus Cristo!”.
Fonte: Canção Nova
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